Linces já têm casa no Algarve 23-05-2009 O felino mais ameaçado da Europa já tem instalações para procriar em Silves. Investimento de seis milhões de euros só recebe linces no final do ano. |
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À primeira vista faz lembrar um campo de concentração: 14 espaços cercados com rede, no meio de uma serra, sem um 'pingo' de civilização à volta e um sistema apertado de videovigilância, vão servir para guardar e monitorizar os linces-ibéricos que derem entrada no mais recente Centro Nacional de Reprodução da espécie felídea. “Fizemos o trabalho de casa e analisámos os erros dos outros centros para não os cometermos aqui. Temos um centro de reprodução do mais moderno que há e espero começar a receber os linces o mais cedo possível”, diz Artur Ribeiro, administrador da Águas do Algarve, empresa que financia a obra, que surge como medida de sobrecompensação devido à construção da Barragem de Odelouca. “O mais cedo possível” está apontado para o “último trimestre de 2009”, afiança Tito Rosa, presidente do Instituto Conservação da Natureza e da Biodiversidade ICNB, entidade que vai gerir o Centro, localizado na Herdade da Santinha, em Silves. “Não depende de nós. Existem outros centros espanhóis que querem alguns linces e estamos ainda à espera que seja dada a ordem do Parque Doñana [na Andaluzia] para enviar alguns espécimes”, explica. "O processo tem também de passar por controlos sanitários e são esses procedimentos que têm de ser resolvidos. Não há nada de concreto que falte, apenas programar e executar", observa ainda Nunes Correia, ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, que atendeu esta sexta-feira à cerimónia de inauguração. Apesar de os linces terem um espaço para se reproduzirem em Silves, não serão soltos nas serras algarvias - por agora - , mas enviados para a Reserva Natural da Serra da Malcata onde estão a ser dados os últimos pormenores logísticos para os receber. O ICNB está a fazer esforços para repopular a espécie de coelhos bravos (principal fonte de alimentação do lince-ibérico) nos locais onde os linces-ibéricos serão soltos, algo que não acontecerá tão cedo no Algarve. “Queremos que os linces andem livres por Portugal e Espanha, mas antes temos de tomar todas as precauções para que não voltem a acontecer os erros que foram feitos e que quase os levou à extinção”, lembra Tito Rosa. De recordar que a falta de coelhos bravos foi o factor principal que quase levou a espécie à extinção. Hoje em dia existem cerca de 200 linces-ibéricos em todo o Mundo. O Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico tem capacidade para acolher 32 linces reprodutores, machos e fêmeas. in Observatório do Algarve |
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