domingo, abril 12, 2009

Megalítico no Algarve

Cacela: túmulo megalítico atrai escolas


Oficinas de Arqueologia promovem divulgação do património e sensibilização dos jovens para a conservação são objectivos das organizados pelo Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, que incluem visitas ao túmulo megalítico de Santa Rita.


Descoberto em 2001, durante trabalhos de prospecção e inventariação do património histórico do local, o túmulo remonta a cerca de 2.500 anos antes de Cristo e é considerado pelos investigadores como "uma das construções megalíticas mais importantes do Algarve".
A descoberta histórica situa-se junto à localidade de Santa Rita, no concelho de Vila Real de Santo António, onde funciona também o Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (CIIPC), que organiza os ateliers da arqueologia para alunas das escolas.


"Esta actividade (atelier) insere-se numa oficina de arqueologia, que normalmente é dividida em duas partes. Começamos primeiro por falar um pouco da importância da arqueologia, no sentido de possibilitar o conhecimento da história de um determinado sítio, para que eles conheçam um pouco da actividade arqueológica e da sua importância", explicou à Agência Lusa Miguel Godinho, técnico do CIIPC.


O responsável pelas Oficinas de Arqueologia precisou que os alunos dirigem-se depois "a um sítio arqueológico recentemente intervencionado aqui na zona, que é o túmulo megalítico de Santa Rita", onde se fala "do que ele é, do enquadramento arqueológico, por que é importante e da necessidade do preservar".

"Segue-se um segundo momento, onde mostramos os vários utensílios e as ferramentas utilizadas pelo arqueólogo e passamos então a uma segunda fase desse segundo momento, onde as crianças podem experimentar a arqueologia, cavando, identificando e registando os materiais, fazendo a lavagem das peças, portanto mostrando um pouco o que é o mundo da arqueologia", acrescentou.

O investigador do CIIPC explicou ainda que o túmulo "indica que já há cerca de 4.500 anos atrás havia aqui uma comunidade a viver em Santa Rita, que se fazia enterrar nesse mesmo local, que de alguma forma essa sociedade já estaria estratificada, segmentarizada", Miguel Godinho acrescentou que essa população já se deveria "dedicar à agricultura, à pastorícia e à edificação dessas estruturas, que serviam, pensa-se, para enterrar as pessoas mais importantes que no local nessa altura".

O técnico do CIIPC adiantou que, durante as escavações, foram encontrados no túmulo ossadas e vários objectos, que estão a ser estudados nas Universidades de Coimbra e de Huelva (Espanha), e que só depois de conhecidos os resultados desse estudos se poderá saber mais do povo que viveu em Santa Rita há cerca de 4.500 anos.

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