A Escrita Cónia: Os Cónios, Tartéssicos e Turdetanos, um mesmo povo? E a questão da designação da Escrita Sud-Lusitânica
Publicado em 04/15/2006 por Clavis Prophetarum
“Segundo o Itinerário de Antonino Pio, o território dos cónios era separado daquele ocupado pelos Turdetanos pelo rio Guadiana, ocupando os cónios a margem ocidental e os Turdetanos a oriental. Beja e Mértola eram habitadas por Turdetanos, assim como Myrtillis, Balsa e Ossonoba, no litoral, do Guadiana ao Cabo Espichel. A este juntava-se aquela que era provavelmente a capital do território, mercê da importância económica e do seu posicionamento geográfico, Imperatoria Salatia (a actual cidade e sede de concelho Santiago do Cacém).
Esta profunda penetração de populações Turdetanos no seio da “terra cónia” é um dos maiores argumentos a favor da identidade entre Cónios e Turdetanos. Algo que aliás, está bastante claro nos autores clássicos, sobretudo no que respeita à cidade de Balsa. Com efeito, se Ptolomeu (2, 5, 2) e Marciano (2, 13) a classificam apenas como uma “cidade turdetana”, Mela (3, 7) vai mais longe e indica claramente que estaria situada no “ager Cuneus” (“Terra Cónia”).
Alguns historiadores espanhóis já tentaram classificar as inscrições sud-lusitânicas encontradas no território português (com penetrações até ao sul de Espanha) no universo das inscrições tartéssicas do Levante Espanhol.
A designação “escrita turdetânica” foi também ensaiada, mas sem conseguir recolher grande adesão, especialmente entre nós. Quanto à inclusão das inscrições sud-lusitânicas nessa esfera tartéssica, encontramos num autor espanhol, Juan Carlos Alonso uma indicação sobre a área geográfica efectiva do “Império” de Tartessos: “a monarquia da cidade de Tartessos, homónima do rio, compreendia toda a actual Andaluzia mais a província de Múrcia e ocasionalmente o sul de Portugal; dominaram a costa desde Lisboa até Cartagena. Ao norte mantiveram fixas as suas fronteiras com os celtas (Cempsii) na barreira natural de Sierra Morena. (…)
No Oeste, o sul de Portugal (Os Cinetes) permanecia unido a Tartessos, mais por laços comerciais que por submissão.” Desta citação ressalta a referida intenção de integrar o Cyneticum dentro do âmbito do Império Tartéssico, algo que não encontra nenhuma substância em textos clássicos ou em testemunhos arqueológicos, para além dos naturais paralelismos e contactos entre populações fronteiriças que mantinham sólidos e intensos laços comerciais.
Este suposto “império” Tartéssico nunca encontrou nenhuma prova presencial no território nacional, e aliás, a prova disso mesmo está no emprego da expressão: “ocasionalmente o sul de Portugal”.
Estrabão, na Geografia III (1, 6) afirma que os Turdetanos são considerados os mais cultos de todos os iberos. Diz o autor, que conheciam a escrita e possuíam, inclusivamente, testemunhos do seu antigo passado: crónicas históricas, poemas e leis em verso, que afirmavam ser de uma antiguidade de seis mil anos. Acrescenta ainda que “as suas cidades são numerosíssimas, pois dizem ser duzentas. As mais importantes por seu tráfego comercial são as que se acham junto aos rios, nos estuários ou junto ao mar.” Não se tratavam obviamente de duzentas grandes cidades, aliás, a maioria destas não deveria agrupar mais do que uma ou duas dezenas de famílias, à semelhança dos povoados cónios encontrados no Alentejo e no Algarve por Caetano Beirão.
A concentração junto do litoral ou perto de cursos fluviais está de acordo com a tradição de laços comerciais intensos entre as duas margens do Guadiana e confere com os relatos de Ptolomeu, Marciano e Mela citados no parágrafo anterior.
Qual seria a relação entre estes cultos e prósperos Turdetanos com o nosso objecto de estudo, os cónios?
As inscrições tartéssicas , e as inscrições sud-lusitânicas ou cónias sobrepõem-se geograficamente, embora permaneçam morfologicamente distintas e as suas zonas nucleares de maior densidade sejam facilmente identificáveis.
Estes indícios indicam estarmos perante duas civilizações semelhantes, obviamente próximas sob todos os aspectos, mas perfeitamente distintas.
Também o grande nível de prosperidade alcançado no sul da Península e sobretudo o número de cidades ocupadas por estas populações turdetano-tartéssicas, as afasta das modestas e raras povoações cónias que conhecemos. Aliás, as referências de Estrabão e de outros autores clássicos parecem aludir sobretudo ao que se conhece da cidade de Tartessos e aos territórios por ela directamente tutelados. Não é impossível que os Tartéssicos não fossem mais do que os Turdetanos que viviam na cidade de Tartessos, assim como não é impossível que os cónios fossem os turdetanos que viviam na margem ocidental do Guadiana. A posição periférica dos cónios em relação aos grandes centros comerciais do sul peninsular explica a menor riqueza e – sobretudo – a diminuta dimensão das suas povoações.
A acreditar em Antonino Pio, os Turdetanos ocupavam antes da chegada dos romanos o território cónio.
Poderemos então considerar os cónios como Turdetanos?
Recordemo-nos que os Turdetanos eram considerados como “os mais cultos dos iberos” e que conheciam a escrita, assim como os cónios. Dada a proximidade geográfica, é impossível admitir que não tenham existido contactos entre cónios e Turdetanos.
As relações comerciais entre ambos são inegáveis e robustas, como testemunha a arqueologia.
Mas as inscrições sud-lusitânicas podem ser designadas com pertencentes a uma “escrita turdetânica” ou a uma “escrita cónia”?
Acreditamos que a melhor prova de que se tratam de inscrições cónias está precisamente na presença quase omnipresente da palavra “cónio” nas estelas do sul de Portugal.
Não encontrámos até hoje nenhuma alusão aos Turdetanos nas nossas leituras, conforme veremos mais adiante… Esta identidade entre Tartéssicos e Turdetanos é praticamente consensual, como nos testemunha J. Constantin Dragán quando afirma que: “Os romanos chamavam aos Tartessos pelo nome de Turdetanos.” Daqui se infere que as expressões “escrita turdetânica” ou “escrita tartéssica” são simplesmente equivalentes, uma vez que Tartessos era a cidade capital dos Turdetanos. Algo de semelhante, contudo, não pode ser dito em relação à “Escrita Cónia” ou “Sud-Lusitânica”.
O termo “Escrita Sud-Lusitânica” tem sido o preferido pelos historiados portugueses e do além Guadiana. Mas esta expressão peca pela sua limitação geográfica e imprecisão. Efectivamente, e para além do evidente galicismo de “Sud”, nem só na Lusitânia foram encontradas inscrições deste género, uma vez que na Bética (além Guadiana) também temos diversos exemplos do seu uso . É certo que esta é mesmo a mais segura das expressões, uma vez que não implica nenhuma adesão às teorias turdetânicas, tartéssicas, cónias ou hebraico/fenícias.
Daquilo que já escrevemos, deduzimos que o povo que escreveu estas estelas foi efectivamente o cónio.
Seguindo uma linha de pensamento semelhante à nossa, Lopes Navarro prefere o emprego da expressão “Escrita Cinética”.
O termo é efectivamente adequado na medida em que respeita à designação de Cyneticum empregue por alguns autores clássicos e porque indica a origem genética das próprias inscrições. Infelizmente, a palavra “cinética” tem um significado bem diverso no dicionário da língua portuguesa e o seu emprego pode suscitar confusões perfeitamente desnecessárias.
Julgamos assim que uso da expressão “Escrita Cónia” expressa mais claramente a origem das inscrições, o seu âmbito geográfico e, sobretudo, não utiliza uma palavra de uso corrente e diverso daquele que se pretende utilizar, razão pela qual o utilizámos exaustivamente no decorrer do nosso trabalho.”
Arquivado em: A Escrita Cónia
*Galicismo[1] ou francesismo é uma palavra ou expressão de origem francesa, ou afrancesada, tendo ou não mantida a sua grafia original.
Ataegina - deusa do renascimento(Primavera),fertilidade,natureza e cura.O nome Ataegina é originário do celta Ate + Gena (renascimento).Era venerada na Lusitânia e na Bética. Existem santuários dedicados à deusa em Elvas, Mérida e Cáceres na Extremadura espanhola,além de outros locais, especialmente perto do Rio.Era das principais deusas veneradas em Myrtilis(Mértola),Pax Julia(Beja),e especialmente venerada na cidade de Turobriga(Huelva).
terça-feira, março 31, 2009
sábado, março 28, 2009
Até Abril de 2009
Religiões da Lusitânia
Museu Nacional de Arqueologia
Praça do Império, Lisboa
A relação do Homem com o sagrado no actual território português, desde os finais da Pré-História até aos alvores do Cristianismo.
O fenómeno religioso, na sua historicidade, tem sido alvo de múltiplas abordagens interpretativas.
Recorde-se Frazer e a abrangência comparativista; Lévi-Strauss e os arquétipos estruturalistas; Dumézil e os esquemas funcionalistas; Eliade e a universalidade do simbólico. Porém, nada mais genial do que a breve metáfora engendrada pelo inglês Murray, desde logo adoptada e desenvolvida por Dodds no seu irreverente estudo sobre a cultura grega e o irracional: o fenómeno religioso revela-se, em todas as épocas e regiões, como um “conglomerado herdado”. E comenta Dodds: “A metáfora geológica é feliz porque o crescimento religioso é (...) a aglomeração mais do que a substituição”.
Por isso, quando hoje estudamos as religiões do passado, não procuramos apenas conhecer melhor as nossas longínquas raízes culturais, antes lidamos com qualquer coisa ainda presente – embora de forma parcelar e, por vezes, subjectiva – na nossa actual vivência como Homo religiosus que (queiramos ou não...) todos somos.Daí, o inusitado e sempre crescente interesse que desperta, no grande público, a abordagem destes temas. Daí, o esperado êxito da futura exposição promovida pelo Museu Nacional de Arqueologia, no virar dos milénios, sobre as Religiões da Lusitânia.Hispania Aeterna e Roma Aeterna.
Duas tradições que convergem e se sincretizam por força da Pax Romana. Mas que o Oriente, donde sempre vem a Luz, acaba por “converter”... E o “aglomerado” vai-se avolumando, encobrindo ou evidenciando aqui e além alguns dos seus componentes, mas nada perdendo, tudo armazenando. São forças secretas da Natureza, numina tutelares, divindades várias, heróis deificados, práticas rituais e mágicas, a Vida e a Morte.
São textos obscuros, que é preciso decifrar para ler, são objectos e imagens de um passado duas vezes milenar que, após descodificados, se vêm a revelar bem mais presentes do que suporíamos.
Será o Tempo uma quimera?
Um nome, por detrás de tudo isto: Leite de Vasconcellos, o grande estudioso que, há cem anos, pela primeira vez estudou exaustiva e metodicamente as Religiões da Lusitânia.
Uma homenagem? Sem dúvida! Mas, certamente, muito mais do que isso...
José Cardim Ribeiro
Comissário Científico da Exposição “Religiões da Lusitânia”
Museu Nacional de Arqueologia
Praça do Império, Lisboa
A relação do Homem com o sagrado no actual território português, desde os finais da Pré-História até aos alvores do Cristianismo.
O fenómeno religioso, na sua historicidade, tem sido alvo de múltiplas abordagens interpretativas.
Recorde-se Frazer e a abrangência comparativista; Lévi-Strauss e os arquétipos estruturalistas; Dumézil e os esquemas funcionalistas; Eliade e a universalidade do simbólico. Porém, nada mais genial do que a breve metáfora engendrada pelo inglês Murray, desde logo adoptada e desenvolvida por Dodds no seu irreverente estudo sobre a cultura grega e o irracional: o fenómeno religioso revela-se, em todas as épocas e regiões, como um “conglomerado herdado”. E comenta Dodds: “A metáfora geológica é feliz porque o crescimento religioso é (...) a aglomeração mais do que a substituição”.
Por isso, quando hoje estudamos as religiões do passado, não procuramos apenas conhecer melhor as nossas longínquas raízes culturais, antes lidamos com qualquer coisa ainda presente – embora de forma parcelar e, por vezes, subjectiva – na nossa actual vivência como Homo religiosus que (queiramos ou não...) todos somos.Daí, o inusitado e sempre crescente interesse que desperta, no grande público, a abordagem destes temas. Daí, o esperado êxito da futura exposição promovida pelo Museu Nacional de Arqueologia, no virar dos milénios, sobre as Religiões da Lusitânia.Hispania Aeterna e Roma Aeterna.
Duas tradições que convergem e se sincretizam por força da Pax Romana. Mas que o Oriente, donde sempre vem a Luz, acaba por “converter”... E o “aglomerado” vai-se avolumando, encobrindo ou evidenciando aqui e além alguns dos seus componentes, mas nada perdendo, tudo armazenando. São forças secretas da Natureza, numina tutelares, divindades várias, heróis deificados, práticas rituais e mágicas, a Vida e a Morte.
São textos obscuros, que é preciso decifrar para ler, são objectos e imagens de um passado duas vezes milenar que, após descodificados, se vêm a revelar bem mais presentes do que suporíamos.
Será o Tempo uma quimera?
Um nome, por detrás de tudo isto: Leite de Vasconcellos, o grande estudioso que, há cem anos, pela primeira vez estudou exaustiva e metodicamente as Religiões da Lusitânia.
Uma homenagem? Sem dúvida! Mas, certamente, muito mais do que isso...
José Cardim Ribeiro
Comissário Científico da Exposição “Religiões da Lusitânia”
domingo, março 15, 2009
Minha Lusitania Paixão...
Mitologia e Religião
O registo da Mitologia nas Terras Lusitanas e Calaicas são muito escassas e somente com a ocupação romana é que começaram a existir inscrições relativamente aos deuses.
Em Portugal, Extremadura espanhola e Galiza encontraram-se diversos artefactos com dedicações aos deuses.
Os ensinamentos das tradições religiosas eram efectuadas oralmente não existindo qualquer registo escrito para nos podermos fundamentar como era exercida a dedicação aos deuses (rituais, orações, crenças, ...).
A invasão romana e a cristianização de todo o Império fez com que algumas culturas se perdessem no tempo. Mesmo assim ficamos com algumas inscrições de historiadores gregos e latinos como também alguns artefactos.
As aras votivas do início da invasão foram um grande marco para a história de diversas tribos existentes na Península Ibérica. Não nos podemos esquecer que foram um povo bastante influenciado por outros: Fenícios, Gregos, Cartagineses, Suevos, Visigodos, Celtas e Celtiberos.
Na Lusitânia e Callaeci o culto era politeísta excepto na tribo Cónia que era monoteísta.
O deus dos Cónios era Elohim, mas as restantes tribos veneravam vários deuses não se podendo considerar que a religião destes seja única, mas uma pluralidade delas.
Apesar disso existiam alguns pontos em comum, tais como, o culto lunar e solar, e , o culto aos ancestrais e aos mortos.
Também existem cultos tutelares de tribos e de locais. Nestes locais adoravam-se árvores, rios, ribeiros, lagos, montanhas,...
Na prática religiosa e de forma a apaziguar os deuses estes povos praticavam a imolação.
Sacrificavam animais, tais como, a cabra, a ovelha, o touro, o cavalo, e o homem sendo que estes dois últimos eram sacrificados de forma excepcional utilizando para este efeito os prisioneiros de guerra.
Uma das características principais das religiões da Lusitânia eram os presságios ou clarividência, por isso utilizavam os astros, as entranhas de animais, a observação das aves e o fogo para o acto de adivinhação.
Os deuses Lusitanos e Calaicos teriam essencialmente 3 funções:
de poderes infinitos (justiça, bem,...),
de guerra (bravura, força física, soberania),
e,
de fecundidade e bem-estar.
Por isso verificamos alguns deuses mais venerados:
Quangueio (o criador, a fecundidade), Arência e Arêncio (guerreiros, a força), e, Trebaruna (a Soberania) pelos Lusitanos;
Bande (a soberania), Nabia (a fecundidade) e Reve (a força) pelos Calaicos;
Endovélico (o poder civil), Atégina (a produção social, a fecundidade) e Runesius (a classe militar) pelos Célticos;
e, finalmente os Cónios que adoravam o deus único Elohim.
Acredita-se que a morada divina dos deuses seria a Constelação da Barca ou a Ursa Maior.
O Panteão Lusitano e Calaico é bastante rico apesar de existir só alguma centena de registos.
No entanto acredita-se que no passado existira mais de mil deidades sendo que na sua maioria relacionada com locais, por exemplo, montanhas e rios.
Fonte: Brumas da Lusitânia
O registo da Mitologia nas Terras Lusitanas e Calaicas são muito escassas e somente com a ocupação romana é que começaram a existir inscrições relativamente aos deuses.
Em Portugal, Extremadura espanhola e Galiza encontraram-se diversos artefactos com dedicações aos deuses.
Os ensinamentos das tradições religiosas eram efectuadas oralmente não existindo qualquer registo escrito para nos podermos fundamentar como era exercida a dedicação aos deuses (rituais, orações, crenças, ...).
A invasão romana e a cristianização de todo o Império fez com que algumas culturas se perdessem no tempo. Mesmo assim ficamos com algumas inscrições de historiadores gregos e latinos como também alguns artefactos.
As aras votivas do início da invasão foram um grande marco para a história de diversas tribos existentes na Península Ibérica. Não nos podemos esquecer que foram um povo bastante influenciado por outros: Fenícios, Gregos, Cartagineses, Suevos, Visigodos, Celtas e Celtiberos.
Na Lusitânia e Callaeci o culto era politeísta excepto na tribo Cónia que era monoteísta.
O deus dos Cónios era Elohim, mas as restantes tribos veneravam vários deuses não se podendo considerar que a religião destes seja única, mas uma pluralidade delas.
Apesar disso existiam alguns pontos em comum, tais como, o culto lunar e solar, e , o culto aos ancestrais e aos mortos.
Também existem cultos tutelares de tribos e de locais. Nestes locais adoravam-se árvores, rios, ribeiros, lagos, montanhas,...
Na prática religiosa e de forma a apaziguar os deuses estes povos praticavam a imolação.
Sacrificavam animais, tais como, a cabra, a ovelha, o touro, o cavalo, e o homem sendo que estes dois últimos eram sacrificados de forma excepcional utilizando para este efeito os prisioneiros de guerra.
Uma das características principais das religiões da Lusitânia eram os presságios ou clarividência, por isso utilizavam os astros, as entranhas de animais, a observação das aves e o fogo para o acto de adivinhação.
Os deuses Lusitanos e Calaicos teriam essencialmente 3 funções:
de poderes infinitos (justiça, bem,...),
de guerra (bravura, força física, soberania),
e,
de fecundidade e bem-estar.
Por isso verificamos alguns deuses mais venerados:
Quangueio (o criador, a fecundidade), Arência e Arêncio (guerreiros, a força), e, Trebaruna (a Soberania) pelos Lusitanos;
Bande (a soberania), Nabia (a fecundidade) e Reve (a força) pelos Calaicos;
Endovélico (o poder civil), Atégina (a produção social, a fecundidade) e Runesius (a classe militar) pelos Célticos;
e, finalmente os Cónios que adoravam o deus único Elohim.
Acredita-se que a morada divina dos deuses seria a Constelação da Barca ou a Ursa Maior.
O Panteão Lusitano e Calaico é bastante rico apesar de existir só alguma centena de registos.
No entanto acredita-se que no passado existira mais de mil deidades sendo que na sua maioria relacionada com locais, por exemplo, montanhas e rios.
Fonte: Brumas da Lusitânia
domingo, março 01, 2009
DESPORTO E BELEZA
DE COMER E CHORAR POR MAIS
Enchidos
Chouriça
Farinheira ou Morcela de Farinha
Molho
Morcela
(Aceder ao link para saber como é convencionado)
BOM APETITE!
PARA AQUECER!
A "Estila"
Destila do medronho
Esta imagem mostra o aquecimento da fornalha.
A destila do medronho é uma actividade ancestral.
O local é a Serra de Monchique, no Sítio das Taipas, onde fomos visitar a destilaria do Sr. Zé da Silva.Esta é uma actividade em vias de extinção, que dentro de alguns anos irá provávelmente desaparecer (na sua forma artesanal).
O precioso fruto é colocado é colocado dentro da caldeira.
O Sr. Zé coloca a tampa de cobre da caldeira.
O Sr. Zé coloca a tampa de cobre da caldeira.
Está pronto !
Medronho
O NECTAR DOS DEUSES
Fruto a partir do qual se produz a aguardente de medronho. Os medronheiros crescem principalmente nas vertentes voltadas a norte das serras, por serem as mais húmidas. O seu fruto, uma drupa de forma esférica e cor vermelha quando madura, é colhida no Outono e dá origem ao famoso medronho de Monchique.
A "ESTILA"
Fabrico da aguardente de medronho.
Fermentado por meio de enzimas naturais é, em seguida, vagarosamente destilado em alambiques de cobre, uma tarefa que muitas vezes se prolonga por dias e noites. A aguardente tem um sabor próprio, muito apreciado pelos conhecedores e, quando envelhecida em cascos de carvalho, torna-se macia ao paladar.
Artesanato
FABRICO DE CALÇADO
A sapataria ocupava muitos homens da vila e dos arredores, em horas roubadas às actividades do campo. Trabalhava-se sobretudo de empreitada, ou à peça, para as lojas do concelho. Em 1957, havia no concelho várias oficinas, desconhecendo-se porém o número de operários que nelas trabalhavam.O fabrico artesanal de calçado é uma actividade que ainda se mantém em Monchique.
A sapataria ocupava muitos homens da vila e dos arredores, em horas roubadas às actividades do campo. Trabalhava-se sobretudo de empreitada, ou à peça, para as lojas do concelho. Em 1957, havia no concelho várias oficinas, desconhecendo-se porém o número de operários que nelas trabalhavam.O fabrico artesanal de calçado é uma actividade que ainda se mantém em Monchique.
TRABALHOS DE MARCENARIA
As cadeiras de tesoura são uma herança deixada pelos romanos e constituem uma peça de artesanato singular, característica do concelho de Monchique. Hoje, embora se mantenha o modelo secular, os artesãos procederam a algumas alterações de forma a obter um assento mais confortável.Podem-se encontrar cadeiras de tesoura de todos os tamanhos e feitios.
TRABALHOS EM VIME E VERGA
O vime é uma das fibras mais usadas na cestaria, sendo as canastras de verga muito procuradas devido à sua grande resistência.Em tempos o vime era muito abundante nas ribeiras servindo para o fabrico de cestos, canastras, cadeiras, etc. que se exportavam em grandes quantidades. Utilizava-se também a verga proveniente dos saiceiros. Os cestos e canastras faziam-se ainda de cavaca. Actualmente existem ainda alguns seguidores desta arte.
LINHO E TECELAGEM
O linho foi outrora intencionalmente cultivado no concelho com objectivos industriais. Era cultivado, seco e tratado nas herdades antes de seguir para Monchique, onde era fiado e tecido numa unidade industrial que havia: a famosa “Fábrica da Mataporcas”.A tecelagem em teares caseiros é uma arte muito antiga que sempre ocupou as mulheres. Antigamente, os tecidos mais grosseiros eram posteriormente tratados nos pisões. Actualmente ainda se encontra quem se dedique a esta actividade, lutando para não deixar morrer a tradição, fazendo rendas, bordados e malhas diversas.Também ainda se faz tecelagem de trapos (trapologia), executada em teares caseiros, confeccionando-se mantas, tapetes e outras peças.
CERÂMICA
Ainda é possível encontrar este ofício em Monchique e observar o fabrico desta arte ao vivo, desde o preparar do barro, à sua cozedura e pintura das peças. A pintura é totalmente livre, revelando toda a criatividade dos artesãos.
TENDÊCIAS MODERNAS
As modernas tendências do artesanato estão representadas por arranjos de flores e de ramos secos, quadros executados em tecido e esculturas a partir de ramos de árvore.
PARA ADOÇAR A BOCA
Mel
“É um mel produzido pela abelha Apis mellifera (Ibérica) e é considerado um mel de néctar, com cor amarelo escura e particularmente rico em sais minerais”.Este mel é um produto certificado, logo, produzido de acordo com as regras estipuladas no caderno de especificações, o qual inclui, designadamente, as condições de produção, extracção, embalagem e conservação do produto.
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