domingo, setembro 28, 2008

14!

Alcoutim tem a taxa de natalidade mais baixa do Continente

Alcoutim: onde estão as crianças?
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Em Portugal os bebés são cada vez menos, a avaliar por um estudo do INE. No Continente, Alcoutim bateu todos os recordes: só cinco nascimentos em 2007.

Na hora da saída, no infantário “A Joaninha”, a confusão é geral. Parece até que são muitos, os 23 catraios que compõem o único infantário de Alcoutim, mas se pensarmos que são apenas 23, entre os zero e os cinco anos, numa população de 3500 habitantes, rapidamente se percebe que alguma coisa não está bem.

“Em Vila Real de Santo António há sempre listas de espera enormes, mas aqui no infantário há sempre vagas”, diz Sónia Marques, responsável pelo “A Joaninha”.

“Temos vantagens, trabalhando com menos crianças, mas para o futuro é grave!”, reconhece.

A desertificação do município não é um dado novo, mas segundo as estatísticas demográficas mais recentes do INE, a situação atinge contornos deveras preocupantes: em 2007, Alcoutim foi o concelho com menos nascimentos, em Portugal Continental, apenas cinco ao todo, e só superado pela Ilha do Corvo, Açores, onde nasceram três bebés. Só que o Corvo tem apenas 300 habitantes, contra os mais de 3 mil de Alcoutim.

“Aqui, a partir das 5 da tarde, já não há nada”, diz Nídia Simão, mãe de uma das poucas crianças recém-nascidas no município (Luciana nasceu em Faro, mas foi registada em Alcoutim). Nídia, 22 anos, trabalha na Estalagem, que pertence a um grande grupo hoteleiro, mas conta “zarpar” para Albufeira dentro de dois ou três anos, fruto da estagnação que se vive por estas bandas. “Comprar roupa, sapatos ou ir ao cabeleireiro é sempre fora. E discotecas, só em Vila Real de Santo António!”, reclama. De resto, emprego também não é algo que abunde por aqui: “Se uma pessoa se quiser empregar, ou vai para a Câmara, ou para os Bombeiros, ou para o Lar de Idosos, ou então na Escola, mas já está tudo cheio”, afirma. Nídia até nem se importava de ajudar a melhorar as estatísticas, mas a vida – diz – não está para isso. “A ganhar 600 euros, se comprarmos uma casa que aqui custa perto de 100 mil, ficamos a pagar ao banco perto de 500 ou 600! Então como é que dá?”, questiona.

Francisco Amaral, presidente de Alcoutim, percebe bem as razões dos jovens, e explica porquê: “A principal causa da desertificação foi a Reserva Ecológica que nos impingiram. A partir da última casa é reserva e as pessoas não podem fazer nada”, critica. Uma simples janela, aumentar uma divisão, construir uma casa para os filhos, nada é simples em Alcoutim devido às restrições ambientais impostas pelo Estado português, o mesmo que assiste, impávido e sereno, à extinção da população neste local remoto do Algarve. A autarquia esforça-se por inverter o ciclo, mas Amaral reconhece que não é tarefa fácil: vendem lotes habitacionais a um preço simbólico, apoiam na compra dos livros (70 euros por aluno), fomentam actividades lúdicas e culturais para os mais novos (futebol, dança, canoagem e música). “Temos campeões nacionais de canoagem, agora, e isso é resultado de um investimento que está a dar frutos”, diz Amaral.

Na terra, ainda há quem resista

O sítio chama-se Zorrinho, Zorrinho de Cima, mas nem o Zorro com o seu espadachim conseguiria por esta altura travar o abandono das terras e das gentes. “Isto está complicado. Então com 30 euros por uma saca de guano (estrume), como é que dá para semear?”, questiona Francisco Luís, 83 anos, nascido e criado por estas paragens.

“Já tenho 83 anos e criei-me aqui, porque é que eles não se hão-de criar?”, pergunta, enquanto dá ração às cabras. O rebanho tem mais de 150, e constitui uma das formas de sustento da família, do filho, do neto e do bisneto Gabriel, de 16 meses, mais um dos “recém-nascidos” a tentar contrariar as estatísticas. Tânia, a mãe, trabalha numa padaria – uma das principais indústrias do concelho - a três quilómetros de casa. “Gosto do que faço. Se calhar com a minha formação, podia procurar emprego noutro lado, ganharia ligeiramente melhor, mas com o preço da gasolina e de um infantário ficaria com menos dinheiro”, reconhece Tânia, aos 27 anos, orgulhosa por não abandonar a terra que a viu nascer. Dado curioso, a mãe – a avó Maria – teve nada mais nada menos que oito filhos. No sítio do Pessegueiro, Maria de Jesus é a excepção que confirma a regra, mas hoje, a cuidar dos netos, não deseja a mesma sorte à filha. “Eu sei o trabalho que deram, se eles vierem terá de os aguentar, mas não quero para ela o mesmo que eu tive”, conclui.

Natureza e Desporto!

Pedalar à descoberta dos trilhos da Serra do Caldeirão

Ruben Faria na lista de participantes do Passeio de BTT da Cortelha


Marcado para o feriado de 5 de Outubro, o Passeio de BTT da Cortelha propõe um passeio de descoberta, com níveis diferentes de dificuldade, pelos trilhos da Serra do Caldeirão.

A iniciativa da Associação dos Amigos da Cortelha apresenta um percurso desenhado para toda a família, onde “o convívio e o contacto com a natureza são argumentos de peso para passar uma manhã de domingo diferente”.

Depois do sucesso de anos anteriores, com o recorde de participantes a ser consecutivamente batido, este ano o percurso foi escolhido a pensar em toda a família, desde os mais velhos até aos mais jovens.

O ponto de partida será na aldeia da Cortelha, num passeio que se estende pelas freguesias de Salir, Ameixial, Almodôvar e Cachopo, com três percursos de dificuldades diferentes: 15 km, 45 km e 80 km.

Um dos convidados especiais é o vencedor da classe de motos do recente Pax Rally de Portugal, inserido na Dakar Séries, Ruben Faria, que habitualmente percorre os trilhos do interior algarvio na sua Honda CRF 450.

O passeio vai contar com alguns nomes sonantes do BTT nacional, nomeadamente o vice-campeão nacional de BTT, Marcelino Gonçalves, e a vencedora da prova da Taça de Portugal de BTT, Celina Carpinteiro, ambos do BTT Terra de Loulé.

As inscrições terminam já na quarta-feira, dia 1 de Outubro. Mais informações em www.amigosdacortelha.pt

É PERIGOSO ESTAR CERTO QUANDO O GOVERNO ESTA ERRADO!


No dia 3 de Outubro, Sexta-Feira, pelas 10h da manhã, tem lugar no Tribunal do Santo Ofício, em Monsanto, a leitura da sentença dos 36 arguidos acusados em co-autoria de "discriminação racial" e outros crimes sem qualquer conexão com aquele.

Será o culminar, na primeira instância, de um mega-julgamento histórico que durou cerca de seis meses, tendo começado no dia 9 de Abril de 2008. Apesar de todos os contratempos, mais nenhum dos chamados mega-processos teve um julgamento tão rápido no nosso país. O caso Casa Pia, com menos arguidos que este, dura há 4 anos, e com tendência para demorar.

Procurou-se, neste processo, desferir um golpe anti-democrático contra aqueles que, desde 2004, estiveram na linha da frente na organização de manifestações, eventos, conferências, etc., e que deram tudo para mostrar aos portugueses que um outro país é possível.

Independentemente do desfecho deste processo, ficou por demais demonstrado que, em Portugal, é perigoso estar certo quando o Governo está errado! Apesar disso, os nacionalistas não vão desmobilizar, aconteça o que acontecer, e continuarão a oposição política à máfia que se instalou no poder neste país.


Fazemos assim um apelo para que todos os nacionalistas, e todas as pessoas que lutam pela Justiça e Liberdade, compareçam no Tribunal de Monsanto no dia 3 de Outubro, a partir das 10h, para assistir à leitura da sentença deste processo e demonstrar efectivamente que estão do lado de quem procura, e diz, a verdade!



Mais informações: http://www.forumnacional.net & http://prisoesdeabril.blogspot.com

quarta-feira, setembro 24, 2008

Festas Populares por Terras Algarvias

Festejar hoje as tradições de outrora...


Provenientes de ancestrais tradições, as festas populares do Algarve trazem até aos dias de hoje memórias de vivências passadas, ao mesmo tempo que continuam a animar as gentes.

Os festejos do Carnaval são os primeiros do calendário e decorrem em várias localidades algarvias. Para além dos tradicionais carros alegóricos, fazem parte da festa carnavalesca desfiles de cabeçudos, bandas, bailes, muita música e animação.

No primeiro dia de Maio, é tradição “atacar o Maio”, provando os primeiros figos secos, passeando pelo campo e comendo caracóis e outros petiscos.

No dia seguinte, realiza-se a Festa da Pinha, em Estoi. No passado, os almocreves de Estoi faziam o transporte de mercadorias do Algarve para o Norte, através das serras onde estavam sujeitos a acidentes e assaltos. Ao regressarem sãos e salvos, agradeciam à Senhora do Pé da Cruz a sua intervenção benfazeja. É esta tradição que ainda hoje se mantém na Festa da Pinha.

Seguindo a tradição da espiga, Salir, aldeia serrana do concelho de Loulé, fez da mesma uma grande festa, que há trinta anos se repete, atraindo nesse dia muitos visitantes para ver desfilar um rico cortejo etnográfico e experimentar os produtos agrícolas e artesanais da terra. Nesta festa, que se realiza sempre na Quinta-Feira de Ascensão, não falta a animação com grupos de cantares e ranchos folclóricos.

Junho é o mês dos Santos Populares – Santo António, São João e São Pedro - festejados em todo o país e também por todo o Algarve, respectivamente nos dias 13, 24 e 29. Nestas datas as noites são de arraial, música, vinho e sardinha assada, sendo de destacar as festas de Quarteira.

O mês de Agosto é marcado pela Festa do Banho 29, em Lagos. O banho começou por ser uma espécie de “deslocação ritual” de fim de Verão, em que os “serrenhos” desciam até ao litoral com mantas e farnel para passar aquela noite nos areais e tomar um banho “que valia por 29”.

Em Setembro, decorre em Albufeira a Festa do Pescador. Entre os jogos tradicionais do princípio do século e inúmeras diversões bem actuais, Albufeira presta, assim, uma homenagem aos homens que andam na faina.

Este é também o mês das Festas Tradicionais de Alcoutim, cujo programa de animação abrange desporto, jogos tradicionais da região, música e divertimento. Com cerca de cem anos, estas festas são conhecidas pela sua força e vitalidade e também por durarem pela noite dentro.



Video - Cultura e Tradição



Um modo muito próprio de fazer, de sentir e de festejar...