sexta-feira, março 09, 2007

A Beldade e o Misticismo de Seres Únicos! Seres esses em Perigo de Desaparecimento...

































O Lince Ibérico é um ser Único e cheio de Beleza.


Lince; de Linceu, herói mitológico grego, caracterizado por ter um olhar de tal forma penetrante que furava pedras e ainda que lhe permitiu ver objectos subterrâneos. Era filho de Aphareus e Arene, e neto de Perseus, e foi um dos Argonautas que tomou parte na caçada aos javalis em Calydónia. Linceu foi morto pelo Pollux.

Na Idade Média o Lince era considerado um animal de muito valor que só os reis e os nobres podiam caçar. Ainda hoje continua a ser considerado um animal terrível e evocado como tal em contos e lendas populares. A expressão "olho de lince" vem do facto deste animal possuir uma visão muito apurada, capaz de distinguir no escuro o mais pequeno movimento.





A recente evolução negativa na distribuição desta espécie, tem sido alvo de uma série de estudos, que traduzem a grande preocupação que a nossa sociedade tem pelo desaparecimento deste nosso felino.


Os estudos sobre as causas da regressão do lince-ibérico apontam para três grandes conjuntos de factores, uns com efeitos directos outros indirectos, e que, em cada um deles, variam os factores com o tempo:






  • Mortalidade não natural elevada; Destruição/Perturbação de indivíduos; Caça; Controlo de predadores; Atropelamentos.



  • Alteração/Destruição do habitat e fragmentação; Florestação/Desflorestação; Incêndios; Práticas agrícolas; Vias de comunicação; Isolamento geográfico; Destruição de abrigos, de dormidas e de locais de reprodução.


  • Diminuição drástica da presa principal; Alteração do equilíbrio trófico; Reduções drásticas das populações de coelho.




Os mesmos estudos apontam uma série de medidas para recuperar as populações de lince:



Protecção do habitat; Recuperação dos habitats; Passagens para a fauna

  • Ordenamento florestal; Prevenção de incêndios; Detecção de incêndios


  • Manutenção da agricultura tradicional; Manutenção do mosaico rural


  • Ordenamento cinegético; Fomento de presas naturais; Fiscalização da caça


  • Fiscalização do comércio; Legislação/Regulamentação

  • Estudos de Biologia e Ecologia


  • Campanhas de Educação Ambiental


  • Conservação "ex-situ"





  • Leitura recomendada



    · http://www.ellinceiberico.com/
    · http://www.soslynx.org/
    · http://www.vertebradosibericos.org/
    · http://www.icn.pt/
    · Ward, D. (2004). The Iberian Lynx Emergency. SOS Lynx.
    · Ward, D. (2005). Saving the Iberian Lynx: the way forward. SOS Lynx.









    HABITAT



    O lince tem preferência por locais de vegetação mediterrânica tradicional. Ou seja o bosque mediterrânico, com zonas de mato mais denso, ideais para refúgio e para caçar de emboscada, e outras com menos vegetação, que permitem a existência da sua presa preferencial, o coelho, Oryctolagus cuniculus. A presença de pontos de água e a fraca perturbação do Homem, são também factores importantes
    para o habitat deste felino. Normalmente habitat em zonas entre os 400 e os 1300 metros de altitude.

    De uma forma geral pode-se dizer que o lince tem preferência por:
    - Matagais de Q. suber e/ou Q.rotundifolia;
    - Carvalhais acidófilos (ex: de Quercus robur e Q. pyrenaica, de Q. rotundifolia e/ou de Q. suber);
    - Florestas de coníferas nativas (mistas ou não);
    - Garrigues calcícolas da região meso-mediterrânica ocidental;
    - Maquis silícolas meso-mediterrânicos;
    - Montados de Quercus spp. de folha perene
    - Matos termo-mediterrânicos pré-estépicos

    As zonas de mato mediterrânico denso, com pouca perturbação humana, determinam a distribuição e escolha de habitat por parte deste felino. No entanto, zonas com elevado efeito de orla, com pastagens e matagais, por serem favoráveis para o coelho, estão sempre presentes no território do lince. As grandes área continuas de povoamentos florestais monoespecíficos são evitados, devido principalmente, à escassez de presas. As áreas de maior actividades agrícola, de pastorícia intensiva e com elevada presença do Homem só são usadas por animais em dispersão.

    Os nascimentos ocorrem em locais isolados, com sossego e difíceis de encontrar. São exemplo grandes árvores velhas e ocas, pequenas grutas, tocas abandonadas, manchas de vegetação muito densa, e até mesmo ninhos abandonados de rapinas ou cegonhas, quando facilmente acessíveis para o lince.

    O território de um lince depende da disponibilidade de presas e da qualidade do habitat, variando a sua dimensão entre os 500 e os 2000 ha, não ocorrendo normalmente sobreposição.

    Estes territórios são defendidos de uma forma agressiva, podendo mesmo causar a morte, especialmente a juvenis em dispersão.

    Existe uma grande fidelidade ao território, e estes animais só se movimentam na altura da reprodução. Os machos deslocam-se para os territórios das fêmeas, abandonando-o depois de acasalar, e quando dispersam, as crias abandonam o território da progenitora antes do acasalamento seguinte, procurando novo território.

    Em locais com presença deste felino, podemos encontrar vestígios da sua presença, embora estes sejam também cada vez mais raros e difíceis de encontrar. São exemplo restos de presas, as ‘arranhadelas’ e ‘dedilhados’ em árvores para marcar território, as pegadas e dejectos e depósitos de urina cristalizada em cima de pedras.

    A perda de habitat, a sua fragmentação e a regressão generalizada e acentuada de coelho, são algumas das razões para a diminuição, e quase extinção do lince-ibérico. Ou seja, sem habitat em quantidade e qualidade, disponível, os esforços de recuperação deste felino serão em vão.



    "O perfume bravo das urzes, dos medronheiros, da relva cheia de flores regadas pelas águas cristalinas dos pequenos regatos e fontes, o calor do sol coado pela camuflagem que construímos para abrigo, o cordão umbilical cortado com o mundo, é difícil não passar divinamente por um sono delicioso cheio de saúde e quente de agrestes perfumes".
    "Caçadas aos javalis" - Framar






    Comportamento



    O Lince Ibérico é sobretudo noturno e caça ao primeiro sinal da aurora. É bom trepador e pode atravessar a nado longos cursos de água. Percorre uma média de 7 kms diários.Tem uma visão extremamente aguda e persegue sua presa para grandes distâncias. Geralmente é animal solitário mas já foi observado caçar em grupos. Presa é geralmente levada uma distância considerável antes de ser comida, os restos sendo enterrados. Utilize uma variedade de locais para reprodução e criação, incluindo cavidades debaixo de matagal espinhoso (onde constroi ninhos de relva e varinha), tocas, árvores ocas e até ninhos velhos de cegonha.


    É uma espécie extremamente especialista, a nivel trófico e de habitat. Alimenta-se quase exclusivamente de coelho-bravo e ocorre em zonas de bosque e matagais espessos onde a presença humana seja praticamente nula, nomeadamente nos bosques mediterrânicos autóctones existentes no Centro e Sul da Peninsula, constituídos por azinheira, sobreiro e medronheiro.
    A sua escassez associada ao seu comportamento solitário, extremamente tímido e elusivo, torna a sua observação, e mesmo a detecção da sua acorrência, bastante difícil. Consequentemente, a sua existência numa determinada região pode passar completamente despercebida e desconhecida, mesmo para as pessoas que aí vivam uma vida inteira.

    Associações:


    Programa Liberne (DEP/ICN), Rua Filipe Folque, 46 - 1º 1050 LISBOATels.: 213523018; 213574722Fax..: 213574771


    ICN-Instituto da Conservação da NaturezaRua Filipe Folque, 46 - 1º : 1050 LISBOA


    ALMARGEM -- Associação de Defesa do Património Cultural e AmbientalAlto de S. Domingos, 14 8100 LOULÉ

    Newsletter:

    http://www.deshok.com/soslynxfile/iberian_lynx_brief1P.pdf

    http://www.deshok.com/soslynxfile/iberian_lynx_brief2P.pdf

    http://www.deshok.com/soslynxfile/iberian_lynx_brief3P.pdf

    http://www.deshok.com/soslynxfile/iberian_lynx_brief4P.pdf


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