quarta-feira, abril 14, 2010

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Morreu uma das crias de lince nascidas no Centro de Reprodução de Silves (atualizada)

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d.r. Ver Fotos »
Linces
Uma das duas crias de lince-ibérico nascidas no Centro de Reprodução de Silves morreu no domingo passado, talvez por uma «causa aguda», revelou ao barlavento.online a porta-voz do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

"As duas crias de lince ibérico estiveram sempre bem até domingo, dia em que uma delas morreu de causa aguda e de forma rápida", explicou o diretor do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, Rodrigo Serra.

A cria morta, uma fêmea, já foi submetida a «uma bateria de testes adicionais para percebermos a causa exata da sua morte», acrescentou em declarações ao barlavento.online a porta-voz do ICNB. Os resultados dos testes deverão estar prontos «dentro de uma a duas semanas».

Segundo os resultados preliminares da autópsia realizada no Centro de Análises e Diagnóstico de Málaga (Espanha), entidade que costuma fazer as autópsias dos linces-ibéricos que morrem em cativeiro, a cria, com uma semana de vida, "estava bem alimentada" e não recebeu maus tratos da progenitora, acrescentou aquele responsável.

Segundo Rodrigo Serra, em 2009 "40 por cento das crias que nasceram morreram até aos dois meses de idade".

Em 2009, nasceram em Espanha 28 linces ibéricos em cativeiro e só 17 sobreviveram até aos dois meses, concretizou à Lusa fonte do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICBNB).

Em 2008, nasceram 16 crias, morreram três e seis crias tiveram de ser retiradas às progenitoras para serem criadas à mão, dados que demonstram que a "mortalidade neonatal nos linces ibéricos é normal", acrescentou o ICNB.

Uma estatística fornecida também pelo ICNB indica que 70 por cento das fêmeas inexperientes têm condutas anormais para com as crias, factos que se podem verificar pelo abandono das crias e ou ausência de instintos maternais.

A morte de uma das crias não se pode, todavia, justificar por maus tratos da progenitora, pois Azahar - que quer dizer "flor de laranjeira" em árabe - teve sempre "um comportamento exemplar", explicou Rodrigo Serra.

Resta agora apenas uma cria viva de Azahar, a lince-ibérica que nasceu há cinco anos em liberdade e foi o primeiro animal a ser transferido de Espanha para o centro de Silves, em Outubro passado, ao abrigo do plano ibérico para a conservação do lince, um felino ameaçado de extinção.

De uma população de 100 mil animais no início do século XX, o número de linces ibéricos, considerados os felinos mais ameaçados do mundo, situa-se hoje na ordem das duas centenas em estado selvagem, além daqueles que são mantidos em centros como o de Silves.

Em Portugal, onde não eram avistados linces desde 1980, o objetivo do programa ibérico de reprodução é libertar os animais mantidos em cativeiro nos habitats naturais, como a serra da Malcata, e no Sul do país.

As duas crias de lince-ibérico, as primeiras a nascer em cativeiro em Portugal, nasceram no Domingo de Páscoa no Centro de Reprodução instalado na Serra de Silves.

Um dos pequenos linces acabou por não resistir mais que uma semana.



A fêmea Azahar quando ainda tinha as suas duas crias recém-nascidas


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