Ponte Antiga de Paderne
A ponte de Paderne, que também designam como Ponte Romana, situa-se sobre a ribeira de Quarteira, nas imediações do Castelo de Paderne, e terá sido construída para servir o castelo.
A inscrição sobre o arco central, que refere o ano 1711, julga-se ser relativa à obras de remodelação, de que beneficiou também recentemente, para consolidação da estrutura, repavimentação do tabuleiro e recuperação dos muros.
A ponte é constituída por um tabuleiro rectilíneo, suportado por três arcos de volta perfeita, assentes em dois pilares sobre o leito da ribeira, reforçados por talha-mares.
Para visitar esta ponte tem que andar a pé cerca de 10 minutos, mas vale a pena; o passeio é fácil e bonito , é rico em flora e faz-se sempre muito perto da margem da ribeira de Algibre
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CASTELO DE ALCOUTIM
A região de Alcoutim, que as pesquisas arqueológicas confirmam ter ocupação humana desde a pré-história, foi conquistada aos árabes no reinado de D. Sancho II, por volta de 1240, dando-se inicio à construção de um novo castelo, já que esta povoação não tinha defesas, os árabes tinham uma fortaleza mais a norte.
Durante a Guerra da Restauração da independência portuguesa, depois de 1640, o rei D. Afonso VI, melhorou as defesas do castelo, que já no reinado de D. Dinis, em 1304, tinha sido ampliado.
Esta fortificação chegou ao século XX, bastante arruinada, teve obras de consolidação e restauro, da responsabilidade da, Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, foi classificado como Imóvel de Interesse Público, já em 1993, e actualmente funciona no seu interior um museu de arqueologia.
Muralha
Uma das entradas
Museu
Jardins do castelo
O Castelo ao alto da colina
Entrada Principal
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Menires de Lavajo
Menires de Lavajo
O conjunto de menires de Lavajo I é constituído por três monólitos, sendo um de forma fálica, e é o de maiores dimensões conhecido em território português com um comprimento de 3,14m de altura.
Pertencentes ao Neolítico Final ou Calcolítico Inicial (3.500/2.800 a.C.), estes monumentos megalíticos podem ser interpretados como marcas de territórios e/ou espaços sagrados.
Caminhando por estradas ancestrais
Assim estão Protegidos...
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MENIRES DO ALTO ALGARVE ORIENTAL: LAVAJO I E LAVAJO II (ALCOUTIM)
Autores: A. do Nascimento Joaquim, Joao Carlos Caninas, Alexandra Gradim, Joao Luís Cardoso
Localización: Revista portuguesa de arqueologia, ISSN 0874-2782, Vol. 5, Nº. 2, 2002 , pags. 99-133
Texto completo
Resumo:
Neste trabalho apresenta-se o resultado das escavações realizadas respectivamente em 1998 e em 2001 nos núcleos de menires de Lavajo I e de Lavajo II, distanciados cerca de 250 m na direcção NNE e separados pelo pequeno vale do Lavajo. Os locais, actualmente, são intervisíveis, graças à implantação destacada no terreno: Lavajo I situa-se no topo de colina enquanto Lavajo II ocupa a linha de festo de uma encosta, conferindo ao local visibilidade tanto do lado sul como do lado norte. O conjunto de Lavajo I é constituído actualmente por três monólitos, todos de grauvaque: um, quase inteiro, de tendência fálica, é actualmente o maior menir de grauvaque conhecido em território português, atingindo o comprimento máximo de 3,14 m; outro, quase completo, fragmentado em três grandes blocos, possui formato estelar; o restante apresenta- se muito incompleto, dele se conservando apenas uma lasca da sua face frontal. É crível, no entanto, que pudessem existir mais monólitos, tendo em conta os abundantes fragmentos de grauvaque ali observados, quase todos com fracturas frescas. Todos os menires de Lavajo I se apresentam decorados, com destaque para o maior deles, o qual exibe complexa decoração estreitamente relacionada com a morfologia do suporte lítico. Apenas para este foi possível determinar o local de implantação, correspondente a um alvéolo de planta circular e fundo aplanado, parcialmente danificado pelos trabalhos realizados em 1994, que conduziram ao seu reerguimento, infelizmente feito de forma pouco cuidada e incorrecta, visto ter sido colocado no terreno em posição invertida. Seja como for, na zona culminante daquele pequeno cabeço, implantaram-se três menires decorados, os quais não podem ser vistos isoladamente, já que se articulariam directamente com o conjunto de Lavajo II, que se avista ao longe, do outro lado do pequeno vale do Lavajo e na linha de festo da encosta, da qual ocupa a parte média. Neste segundo local, identificaram-se quatro estelas-menir não decoradas, todas de grauvaque, das quais apenas uma, representada por fragmento de pequenas dimensões, se encontrava in situ. Foi, no entanto, possível reconstituir a posição relativa das restantes, através da escavação integral do respectivo alvéolo, correspondente a rasgo alongado, orientado Este-Oeste, aberto no substrato geológico, constituído por xistos do Carbónico Superior finamente folheados. Deste modo, é de concluir que as estelas menir se dispunham em linha, constituindo um painel lítico contínuo. No interior do alvéolo, recolheram-se diversos artefactos ali ritualmente depositados aquando da fundação do monumento, cuja tipologia indica o Neolítico Final, cronologia aliás compatível com a do conjunto megalítico de Lavajo I, tendo presente a iconografia patente nos menires. Muito embora não se conheça ainda suficientemente o padrão de povoamento da região no Neolítico Final, estes dois núcleos megalíticos podem ser interpretados como marcadores de territórios e/ou de espaços sagrados, sendo de destacar a existência, durante todo o ano, de água nas proximidades imediatas, recurso escasso e precioso, que propiciaria a horticultura. Por outro lado, a natureza das matérias-primas utilizadas na confecção dos artefactos encontrados (sílex, anfibolito), para além de outros materiais de circulação transregional muito mais alargada (fibrolite), evidencia a forte interacção destas populações tanto com o interior do Baixo Alentejo (Zona de Ossa/Morena), como com o litoral algarvio ou andaluz, compatível com estádio de desenvolvimento económico do final do Neolítico do sul peninsular. Numa vasta região, correspondente a todo o sotavento algarvio, onde o megalitismo não funerário era até agora totalmente desconhecido, os testemunhos ora estudados constituem, doravante, uma das expressões mais interessantes e significativas do Sudoeste peninsular.
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Villa Romana do Montinho das Laranjeiras
A Estação Arqueológica da Villa Romana do Montinho das Laranjeiras situa-se no lugar das Laranjeiras, concelho e freguesia de Alcoutim, na região Algarvia do Baixo Guadiana, num local priveligiado de grande beleza, junto ao rio Guadiana, numa região já distanciada das praias douradas de águas cristalinas, mas cheio de encanto e com muito para ver e conhecer.
Em 1876, uma grande cheia deu a conhecer ruínas de construções feitas nos períodos de ocupação Mourisca, Visigoda e Romana.
O Montinho das Laranjeiras apresenta vestígios de ocupação humana desde o século I até à época Almóada (século XII-XIII). A época de ocupação Romana distingue-se sobretudo pela importância do edifício da "pars frctuaria", local onde se guardariam os produtos agrícolas, datado do século I, verificando-se então que na altura existiriam importantes trocas comerciais com o Norte de África.
Já dos séculos VI e VII datará uma igreja, do qual se observam ainda os vestígios da sua planta cruciforme, existindo outros vestígios atribuídos ao período Mourisco, dos séculos XII e XIII.
A importância do rio Guadiana far-se-ia sentir desde remotos períodos, pensando-se inclusivamente que algumas habitações funcionariam como hospedaria deste entreposto comercial.
Este conjunto poderá ser mesmo entendido como integrante num conjunto mais abrangente, constituído ainda por Guerreiros do Rio, Álamo e Foz de Odeleite, dotado de afinidades evidentes e de estruturas que, localizadas num monte, serviam de algum modo os outros quatro.
Vale a pena conhecer os traços da história que marcaram este território de grande beleza natural, aproveitando o cenário para melhor conhecer este “outro” Algarve.
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Ruínas Romanas da Abicada
As Ruínas da Villa Romana da Abicada situam-se nas imediações da estrada que liga Portimão a Lagos, junto à Ria de Alvor, e apresentam-se num estado de abandono, carecendo de forte trabalho de restauro. O acesso é feito em estrada de areia por cerca de 1km.
Dos estudos realizados depreende-se que apenas a zona residencial é a única área que se conhece da Villa. A sua proximidade com a Ribeira do Alvor facilitava o escoamento de produtos, e a Villa subsistiria de produtos piscícolas, sabendo-se que uma das suas actividades económicas seria a salga de peixe.
A visita às Ruínas Romanas da Abicada vale, sobretudo, pelas belas paisagens que aqui se conseguem, numa área não explorada pelo homem, em pleno Algarve, tendo como pano de fundo a Ribeira de Alvor.
ABICADA - Interessante Estação da Época Romana - 1941
Não sabe ainda a Arqueologia, de positivo, o que encerra o local conhecido pelo nome de Abicada. Isto porque as escavações por mim iniciadas em Agosto de 1938, foram suspensas. Vamos, porém, fazer uma resumida descrição do que até agora conseguimos pôr á vista, para que, pelo menos no Algarve, se não ignore que ali existiram curiosos vestígios da civilização romana, que já foram com justiça classificados Monumento Nacional.
A Abicada é uma propriedade particular situada na confluência de duas ribeiras que descem da serra de Monchique a desaguar na Ria de Alvor: a ribeira do Farelo e a da Senhora do Verde. Dista de Portimão 7,5 quilómetros, e de Lagos 10 quilómetros e 800 metros.
Para mais facilitar aos que desejem contemplar o local, diremos que um pouco antes do Povo da Figueira (para quem vai de Lagos para Portimão) precisamente no sítio onde na estrada nacional se encontra o pequeno marco indicando que se passaram 800 metros após o quilómetro 10, aí mesmo ao lado direito, tem início uma estrada particular; seguindo-a até ao fim, vai dar-se ao Monte grande da propriedade da Abicada, em frente do qual, um pouco a Sul, se encontram as ruínas.
A planta das construções, que juntamos para melhor se compreender a nossa descrição, mostra ter sido um grande palácio, formado por três corpos distintos, mas conexos. Ao norte em linha recta corre uma parede comum com 54 metros, que de grossura deveria ter uns 70 centímetros; não há nesta parede vestígio algum de porta e em toda a sua extensão no exterior vê-se um aqueduto que despejava para dentro da construção por dois tubos de chumbo. A largura do edifício não a podemos precisar, visto a parte sul estar completamente destruída, variando a altura dos muros até um metro, nos sítios onde foram menos inutilizados pelos sucessivos amanhos da propriedade; a máxima largura que podemos verificar mede cerca de 28 metros.
Pela sua extensão julgo tratar-se de uma «Villa», casa de campo, de patrício rico; isto é, uma residência aristocrática, pois não creio que qualquer plebeu tivesse podido dar-se ao luxo de possuir uma casa tão grande e com tantos mosaicos.
Temos que pedir um pouco de auxílio à nossa imaginação para não fazer simplesmente uma descrição seca da planta; acompanhe-mo-la com a presunção do destino ou utilização de cada um dos compartimentos, segundo o que nos sugerem as divisões encontradas.
Como suponho que a entrada «Prothyrum» (A) era pelo corpo central e do lado sul, comecemos por aí a visita ao edifício.
Se esta parte não estivesse totalmente destruída poderiam certamente encontrar-se vestígios do célebre e conhecido dístico das casas ricas romanas: «Cave canem» (cuidado com o cão), cujo desenho em mosaico acompanhava o gracioso aviso.
Este corpo, que possivelmente seria o androceu (a parte de habitação destinada aos homens) é formado por seis compartimentos em disposição hexagonal, tendo ao centro um tanque «impluvium» (B) também hexagonal, separado dos «cubicula» (C) (quartos) por um «atrium» (D) ou corredor com 2,10 metros de largura; o tanque mede 2,20 por lado e em cada ângulo teria uma coluna, feita de tijolos triangulares, como verifiquei pelos vestígios encontrados. Dos seis compartimentos o de norte seria provavelmente o «triclinium» (E), pois era o maior. Todos eles tê em porta para o átrio, sem vestígio de qualquer outra saída. Os restantes seriam os «cubicula», algum deles possivelmente o «tablinum». Todas estas divisões, incluindo o tanque e o átrio, tinham o pavimento coberto por mosaicos policromos, mas só dois estão intactos; dos restantes há vestígios, apenas.
A poente desta construção central há uma outra em forma rectangular: ao centro o «peristylum» (F), pátio cercado de colunas, em volta do qual um «ambulacrum» (G) ou corredor que o envolve dos quatro lados, comunicando tanto para o norte como para o sul por amplas aberturas, com os outros compartimentos; e todos seriam afinal os aposentos das mulheres o «gynaeceum» (H) com o «oecus» (I) ou sala de recepção, junto dos quartos particulares da «matrona». A nascente e poente do corredor as «alae» (K) onde está o larário, com os deuses protectores da família e da casa, e conjuntamente relíquias e recordações de antepassados.
Nalguns destes quartos não faltavam os «frescos» nas paredes, dos quais vagas amostras estão guardadas no Museu de Lagos. Pena é que sejam fragmentos tão pequenos que não possa chegar-se a perceber qual o desenho que continham; das suas cores bastante desmaiadas ainda se conhecem o vermelho, o amarelo e cor de tijolo.
As suas decorações feitas a capricho, como era costume entre os romanos, deveriam formar um conjunto primoroso, de paredes ricamente pintadas.
Todos estes compartimentos são também revestidos de lindos mosaicos, sendo o do pátio central o mais bonito e variado.
A diversidade do seu desenho e colorido, tornam quási impossível a sua descrição; forma como que um tapete que por completo cobre o chão, numa área de cerca de trinta metros quadrados, tem em volta uma cercadura de entrelaçados e diversas figuras geométricas, cordões, flores estilizadas, etc..; no centro estrelas estilizadas e cordões entrelaçados, emoldurados por rectângulos multicolores. Os outros mosaicos não são menos interessantes: predominam as figuras geométricas com rendilhado mais ou menos fino. Há porém um a que devo fazer referência especial; não porque o seu conjunto seja mais interessante, mas porque nele se acha repetido, três ou quatro vezes, um símbolo que se diz de origem oriental e representante do coração de Budha, mas que já se encontra em monumentos proto e pré-históricos e em muitos ornatos da época romana: a cruz suástica. Aqui não é a suástica propriamente dita, mas sim a sua forma de hastes voltadas para a esquerda a que se dá o nome de «sauvastica». São também assim as do mosaico de Boca do Rio, encontrado por Estácio da Veiga e que hoje está no Museu Regional de Lagos. Neste mesmo pavimento se podiam ver alguns ornatos com fragmentos vítreos azuis, vermelhos e verdes, que uns visitantes se entretiveram a arrancar... para recordação! Foi curioso o comentário do guarda quando mo contou: «... e eram senhores de gravata»!
Finalmente o corpo do edifício a nascente seria a parte destinada aos escravos, celeiros, cozinha e mais dependências, com dez ou doze divisões bem definidas. Só em uma delas encontrei vestígios de mosaico e uma só também tinha o chão completo de tijolo.
Deveria portanto o edifício na sua totalidade ter mais de trinta compartimentos, o que representa certa opulência.
Pela policromia rica destes mosaicos lembra-nos que a construção seja do séc. 111 ou IV da nossa Era. Os poucos objectos encontrados nada nos dizem, mas as moedas legíveis são de várias épocas, desde o séc. I A. C. representado por um grande bronze de Antónia Augusta, mulher de Drusus, falecido em 39 A. C., até ao Séc. IV de que há vários médios bronzes, sendo os séc. II e III representados por moedas de prata de Antoninus Pius (138-161) e Júlia Mamaea (mãe de Alexandre Severo, falecida em 235).
Estes objectos, moedas, vestígios de estuque pintado, fragmentos de mosaico, que, por estarem isolados e em princípio de destruição, foram extraídos, estão no Museu Regional de Lagos, onde pensamos também expor uma pequena maquette da Estação da Abicada. Ainda a cerca de vinte metros a sudoeste destapei as ruínas de uma adega, lagar ou simplesmente tanques de salga, com os seus tinos revestidos de (opus signinum) o tal cimento que Estácio da Veiga, muito justamente, julga pré-romano. Esta construção infelizmente foi há pouco destruída na sua totalidade pelos donos da propriedade da Abicada. Compunha-se de um edifício formado por vários tanques de dimensões variadas que parecia comunicarem com outros tanques maiores colocados a nascente e sul; pelo lado norte corria a toda a extensão um aqueduto de alvenaria que se prolongava para poente até junto da nora recentemente aberta, mas com vestígios de sequência. Tanto este edifício como a casa eram construídos com essa fortíssima argamassa, como hoje se não faz, pois julgo que se perdeu a fórmula da sua composição.
Fiquei deveras surpreendido de não ter encontrado o (tepidárium), nem tão pouco a sala de ganhos frios com a sua respectiva piscina; nem a sua falta é justificada pela admirável situação do prédio na confluência das duas ribeiras e muito próximo do mar. Ficaria na parte arrasada? Enigma até agora indecifrado.
A ausência de vestígios de cerâmica fina, vidros e outros objectos miúdos, muito vulgares nestas explorações é explicável pela utilização posterior desta casa, o que foi fácil verificar pelos restos de argamassa e construções completamente diferentes do «opus incertum» romano. Para essa utilização fizeram novas divisões e por certo extraíram previamente os entulhos romanos.
Na comunicação que fiz superiormente em 1938 do que tinha posto à vista na Abicada, disse eu que entre os objectos encontrados existia um bocado de chumbo cuja serventia não tinha conseguido decifrar, não tendo visto ainda descrição de outro semelhante em autor nacional ou estrangeiro. Por isso o apresento como possível novidade arqueológica, podendo, porém, afirmar já, com absoluta certeza, o fim a que tal objecto se destinava.
Trata-se de uma peça de chumbo formada de duas hastes compridas de secção semi-circular, unidas por dois curtos espigos cilíndricos; téem as faces internas planas, notando-se que as faces curvas exteriores teriam sido moldadas com uma forma, do que resultou ficarem lisas, ao passo que nas faces planas interiores se verifica certa aspereza, proveniente de o chumbo ter solidificado sobre uma superfície mal polida.
Mede de comprimento 12 centímetros; cada uma das hastes moldadas tem de largura na face plana 1 centímetro e de grossura meio; os espigos teem de diâmetro três milímetros e sete de comprimento, sendo este o afastamento constante das duas peças moldadas, cujas faces são paralelas.
Logo de princípio deu-nos a impressão de que o chumbo teria sido aplicado como enfeite de qualquer objecto para ser visto de ambas as faces, objecto este que não poderia ter sido de vidro ou madeira porque sendo indubitavelmente aplicado o chumbo derretido, o vidro estalaria com tão alta temperatura e a madeira queimar-se-ia. Veio-nos logo I à ideia que seria aplicado a barro, mas longe de imaginarmos a sua utilidade, o que por muito tempo nos intrigou. Só quási no fim das escavações um novo achado nos elucidou por completo: era afinal Um Gato para ligar louça quebrada. Mas tão grande e tão diferente dos actuais que se não encontrássemos este segundo exemplar ainda ligado a um pedaço de louça, talvez não fosse possível afirmar o seu destino. As peças a engatar ligar-se-iam com inteiro ajustamento dos bordos quebrados; a igual distância de cada lado da quebradura far-se-ia um orifício que atravessava o barro e não como hoje que os orifícios se fazem apenas com a profundidade suficiente para prender a ponta recurvada do gato. Deitar-se-ia chumbo derretido nos orifícios, tendo de cada lado a forma onde seria comprimido o chumbo.
Deve ter sido este o processo mais primitivo de concertar louça, mas é indubitável que assim era usado pelos romanos, pois são indubitavelmente romanos os fragmentos de louça encontrados, não só por si, como por todo o ambiente em que foram achados e por todos os outros objectos que os acompanhavam.
Por enquanto nada mais é possível acrescentar a não ser que no monte, construção de recente data, no muro próximo da nora e nesta, muito fácil é encontrar as pedras que formavam outrora paredes daquele soberbo edifício, que gerações posteriores demoliram ou com o seu desleixo consentiram que o tempo destruísse, privando-nos de podermos fazer in loco um estudo perfeito do modus vivendi dos habitadores remotos daquelas vestutas ruínas.
Os chãos de mosaico acham-se por agora tapados de terra, sem o que seriam destruídos pelas chuvas, visto que não foram consolidados.
Ver-se-á tudo ainda destapado e de modo a resistir ao tempo, podendo ser admirado por nacionais e estrangeiros para glória do nosso Algarve? Não o creio; quando isso for resolvido não valerá a pena. Dentro de pouco das ruínas romanas da Abicada restarão estas palavras e estas fotografias a recordar-lhes a existência.
Pelo menos, foi esta impressão que colhi da última visita que lá fiz há meses.
Lagos, Junho de 1941
Sobre o Dr. José Formosinho
O Dr. José Formosinho, de seu nome completo JOSÉ DOS SANTOS PIMENTA FORMOSINHO, nasceu em Lagos a 22 de Maio de 1888. Licenciado em Direito, em 1912, pela Universidade de Coimbra, foi nomeado Notário Público, primeiro em Portimão e posteriormente em Lagos, em Janeiro de 1917. Veio a falecer, nesta mesma Cidade de Lagos, em 26 de Março de 1960 . Estudioso e coleccionador de mérito, cedo evidenciou preferência cultural por tudo quanto respeitasse à História de Portugal e, muito especialmente, pelo que se relacionasse com a História da sua terra natal e/ou da região em que ela se encontra inserida, com especial relevo para a do “Promontório Sacro”. A SAGRES e a LAGOS seriam dedicados os seus dois últimos escritos históricos!
nota bio-bibliográfica
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Ruínas Romanas da Vila da Luz
Situadas numa área urbanizada de acesso à praia da Luz, as Ruínas Romanas da Vila da Luz, descobertas no século XIX, chegam até nós já com poucos vestígios do que terão um dia sido. Um balneário romano com várias dependências e com pavimento de mosaicos e um complexo industrial constituído por tanques de salga de peixe, bem como fragmentos de ânforas, materiais de construção e frisos de mármore fazem parte do espólio desta herança romana que hoje se tenta preservar.
Da estação arqueológica romana da Praia da Luz tem-se um belo panorama sobre a praia, onde o azul do mar domina o horizonte.
Este monumento foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1992.
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Ruínas Romanas do Cerro da Vila
Situadas no complexo turístico de Vilamoura, as Ruínas Romanas de Cerro da Vila terão sido em tempos (provavelmente entre o século I e III) uma Villa rústica, rodeada de campos férteis, compostas por varias banheiras e mosaicos romanos e abastecida de água a partir de uma barragem construída a cerca de 2 Km de distância, pertencente ao território de Ossonoba.
A água era elemento de suma importância nesta villa, e mesmo a sua localização favoreceu o aproveitamento dos recursos marítimos e o tráfico de mercadorias, daí a existência de um porto, existindo igualmente bicas e um lago no jardim, a partir do qual toda a casa se desenvolvia.
Nas Ruínas Romanas de Cerro da Vila podem ainda observar-se vestígios da sala de recepção, os quartos, a cozinha, as áreas de serviço de servos e escravos , que incluíam um cryptoporticum.
Estas Ruínas constituem um importante testemunho para a compreensão e conhecimento da importância da presença dos Romanos no Algarve, e para uma maior percepção e conservação deste importante local, foi criado um Museu onde se disponibiliza informação sobre o sítio arqueológico e a visita às ruínas propriamente ditas conta com um percurso claramente sinalizado.
As Ruínas Romanas de Cerro da Vila estão classificadas como Imóvel de Interesse Público.
Verão (Maio a Outubro) 10.00h às 13.00h e 16.00h às 21.00h / Inverno (Novembro a Abril) 09.30h às 12.30h e 14.00h às 18.00h
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Gallaic Revival Movement
The Gallaic Revival Movement is sponsored by the Gallaic Celtic League in Galicia, Spain. The “Atebivota Dictionary Project” is based on the reconstruction of the Gallaic language once spoken by the ancient Gallaeci in Galicia, Spain circa 600BC to 200 A.D.
The members of the Gallaic Revival Movement believe in the theory that the Gaels (Gallaeci) left the shores of ancient Gallaecia to establish themselves in Hibernia circa 500 B.C. Their Gallaic language eventually evolved into written Primitive Irish circa 400 A.D. and Primitive Irish developed into Old Irish circa 600 A.D. Gallaic, Goidelic and Celtiberian are extinct Q-Celtic languages.
Our project is to reverse the Gallaic stages of evolution from Old Irish to Primitive Celtic upon the utilization of the exclusive primitive Q-Celtic word entries acquired from the Old Celtic Dictionary to achieve the reconstruction of our Gallaic vocabulary. The grammar application will certainly be our most strenuous assignment. The Atebivota Dictionary will be a trilingual Galician – Old Celtic – Gallaic dictionary. The project is currently under reconstruction.
We’re not accepted, nor recognized by many Celtic organizations and societies as a Celtic Nation, due to the lost of our Q-Celtic language. The comprehension of our Gallaic tongue, even though reconstructed, will complete our identity and acceptance as modern Galician Celts.
Our Manx brothers had an arduous task in reviving their Manx Gaelic language since the death of Ned Maddrell in 1974, their last native speaker. Unfortunately, the corrupt development of the Manx language by John Phillips of Man was based on English and Welsh orthography. John Phillips of Man translated the “Book of Common Prayer” into Manx. Perhaps in the near future a revival group can finally introduce the proper Classical Gaelic orthography in the reformation of the original Manx language.
The Lusitanian language (Lusitanian: Leukantu) is considered by some authorities as an archaic P-Celtic language. The Acel-Trebopala group has done a magnificent task in the reconstruction of their Lusitanian language.
Vincent F. Pintado, 2010
Founder of the Gallaic Revival Movement
Author of the Old Celtic Dictionary, bilingual Old Celtic – English dictionary
Author of the Atebivota Dictionary, trilingual Galician – Old Irish – Gallaic (reconstructed)
Sponsor of the Gallaic Celtic League
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