segunda-feira, janeiro 17, 2011

A ESSÊNCIA DO PAGANISMO

Cito:
"o paganismo não tem nenhuma relação com satanismo ou magia negra. "


(Rowena Arnehoy Seneween)
-------------------------------------------------------------------------------------
PAGANISMO: A ESPIRITUALIDADE DA MÃE TERRA

1. O que é paganismo?

A cristianização da sociedade romana após o édito de Milão, no ano 313, fez com que a religião politeísta tradicional ficasse restrita às pequenas aldeias rurais (pagus). Desde então os cristãos chamaram “pagãos” aos que conservavam o politeísmo.

Em seu verdadeiro sentido, o termo paganismo designa as religiões politeístas e seu modelo cultural, ainda que eventualmente tenha sido aplicado a qualquer religião não-cristã.

O termo pagão surgiu nos últimos tempos do Império Romano, mas o conceito em que se baseia provém do judaísmo. Os hebreus estabeleciam uma nítida divisão entre o povo eleito por Deus, e os gentios, que posteriormente seriam denominados pagãos. A distinção não era étnica ou política, mas fundamentalmente religiosa; os gentios eram "os povos que não conhecem Iavé". O povo de Israel era o depositário das promessas de Deus, mas as nações poderiam também alcançar essas promessas com o ingresso na comunidade religiosa de Israel. O judaísmo alexandrino foi particularmente aberto nesse sentido, como mostra a tradução grega da Bíblia.

Os primeiros cristãos herdaram dos judeus a idéia de que a salvação estava reservada aos que pertenciam ao povo de Deus mas, na medida em que se estenderam pela Anatólia, Grécia e Roma, acentuaram o sentido religioso dessa pertinência. "Os que são pela fé, são filhos de Abraão" escreveu aos gálatas Paulo, que se proclamava apóstolo dos gentios, enviado para evangelizar as nações - porque os caminhos de Deus levariam à salvação final de todas elas, reunidas com Israel no povo de Deus.

Por extensão, o termo paganismo se aplica também ao estilo de vida dos que não aceitam a existência de Deus único, cujo paradigma pode ser a sociedade greco-romana e, de certo modo, a renascentista. Essa "religião dos pagãos" - segundo a expressão do historiador hispânico Paulo Orosio (século V) - caracteriza-se por conceber deuses segundo o padrão humano, sujeitos às mesmas vicissitudes e paixões, sem coerência teológica ou norma moral. No Brasil, também chama-se pagão aquele que não foi batizado.

Chamamos de povos Pagãos, aqueles que, na Antigüidade, tinham nos campos e plantações seu sustento, a base de sua vida. A Terra era, portanto, sagrada para eles. Toda a sua cultura e religião giravam em torno da Natureza: a época das colheitas, as estações, os Solstícios, etc. Muitos dos povos Pagãos eram politeístas, atribuindo aos deuses aspectos da Natureza com que conviviam. Assim, havia o deus do Sol, a deusa da Lua, o deus da caça, a deusa da fertilidade, etc. Foram Pagãos os povos Gregos, Romanos e Celtas, por exemplo. Uma característica muito marcante da religião Pagã é a existência de deuses e deusas, às vezes com igual poder, e muitas vezes tendo-se a figura feminina como dominante.

Tomemos os povos Celtas por exemplo. Antes de serem influenciados pelo Cristianismo, sua cultura era totalmente matriarcal. As cerimônias religiosas eram conduzidas por sacerdotisas, a medicina era praticada pelas curandeiras, as decisões tomadas pelas Sonhadoras, e o deus não passava do Consorte da Deusa, a Grande Mãe. Como religião, o Paganismo busca, portanto, o equilíbrio, o casamento perfeito entre masculino e feminino, tanto no mundo exterior como dentro de cada indivíduo.

O Neo-Paganismo é um movimento religioso / espiritualista / ecológico que vem crescendo consideravelmente nos últimos anos por todo o mundo. Como vimos, o termo “pagão” vem do latim pagus, que quer dizer "aquele que vive no campo", ou "aquele que vive do campo".

O Neo-Paganismo busca reviver o modo de vida desses povos. Paganismo porque retoma suas crenças a práticas, e Neo porque tem que se adaptar ao novo modo de produção capitalista, e muitas vezes à vida urbana. Milhares de pessoas em todo o mundo passam a olhar para a Lua de uma maneira diferente, e a celebrar as estações mais uma vez. As árvores voltam a ser sagradas, e as fogueiras da Primavera são reacesas. Ser neo-pagão é estar na Terra, e tê-la dentro de si mesmo.

A verdade é que chegamos a um ponto em que a Terra está reclamando a sua parte, sofrendo em lenta agonia, lamentando os danos que o Homem a ela inflige, graças a gestos e atos irresponsáveis. Algumas pessoas parecem acordar e, ao abrir os seus olhos percebendo a devastação, procuram fazer algo por ela.

O progresso, como o conhecemos, parece excluir a Natureza, uma vez que o Homem se atribui o poder de controlá-la, ao invés de respeitá-la e honrá-la, como faziam os antigos com os seus vários deuses associados às fontes, rios, bosques e fenômenos naturais.

À medida que esse tipo de consciência evolui, o Homem parece constatar que, de fato, é filho desta mesma Natureza e portanto, parte integrante de um sistema mais amplo com o qual deveria aprender a interagir. Quando o faz, acaba retomando, mesmo que de uma maneira moderna, o mesmo respeito pela fonte criadora e renovadora da vida que é o nosso planeta.

A Terra deveria ser amada da mesma maneira como fazemos com as nossas mães; ainda, da mesma maneira, todas as criaturas que dela fazem parte deveriam ser igualmente amadas como nossos irmãos e irmãs.

Assim faziam as antigas tradições nativas, ao honrar os espíritos que habitavam a Natureza em suas diversas manifestações.

2. Paganismo x xamanismo: Nem todo pagão é xamã!!! Mas todo xamã é pagão.

O xamanismo é talvez a mais antiga religião do planeta, estabelecendo uma relação entre os poderes da Terra, como ser vivo, e aqueles do universo, representados pela Lua, Sol, planetas e estrelas.

O xamã cumpre então o papel de mediador entre essas forças, dirigindo-a para propósitos específicos. Como disciplina associada aos poderes da Natureza, era praticada em várias partes do mundo, sempre por homens e mulheres. Acontecendo desde o Círculo Polar Ártico até os confins da África e América do Sul, não teve uma origem comum. Mas tem em comum o respeito ou a quase devoção à natureza em suas diversas manifestações.

Não podemos dizer que o xamanismo seja uma religião organizada, algo que igualmente não podemos dizer do paganismo. Ambas bebem da mesma Natureza e de seus processos criativos e regenerativos; ambas têm em comum o respeito pela vida em todas as suas formas.

O xamanismo tem como objetivo a cura, estabelecendo uma relação íntima com a natureza. Sendo assim, o Xamã é alguém que pode acessar as diversas dimensões, entrando em contato com espíritos que o auxiliam em seus trabalhos de Cura, Auto-Cura e ampliação da consciência.

O xamanismo arcaico deriva da língua dos povos Tungus, da Sibéria. Foi adotada amplamente pelos antropólogos para se referirem a pessoas de uma grande variedade de culturas arcaicas, que antes eram conhecidas por: pajés, curandeiros, magos, videntes, embora nem todo vidente, curandeiro, mago ou pajé, seja um Xamã. No xamanismo existem duas vias: Xamanismo Clássico e do Xamanismo de Planta de Poder.

XAMÃ: É aquele que consegue entrar e sair dos estados alterados de consciência, trazendo ensinamentos e curas para si e para os outros, com técnicas que lhe são exclusivas, tendo à sua disposição espíritos, seres ou entidades, que quando chamados o atendam prontamente. Não se nasce Xamã, torna-se, mas quem tem antepassados com este dom terá maior probabilidade.

Conclusão: O pagão venera e celebra a natureza, participando de seus processos e respeitando seus ciclos. Procura conectar-se com os seus ancestrais, sejam eles de sangue ou espirituais. O xamã faz o mesmo, mas procurando interferir em seus processos, particularmente com o propósito de cura. Em outras palavras, o xamã se torna um veículo para as forças construtivas existentes na Natureza.

3. O papel da mulher e do homem no paganismo:

Dependendo da cultura, o papel de xamã poderia tanto caber ao homem como à mulher. Nos povos da Europa, era a mulher que, graças à sua natural sensibilidade psíquica, agia como mediadora entre os mundos. Na África e no Caribe, este papel era indistintamente exercido por homens e mulheres. Entre os ciganos, é uma mulher (shuvani) que lê a sorte, prepara encantamentos e poções e cura os enfermos.

Para o homem contemporâneo, ler a sorte parece crendice e confia-se muito mais nos avanços da ciência para a cura do corpo, deixando a alma e o espírito em segundo plano.

Porém, o maior avanço é que de umas décadas para cá, homens e mulheres passaram a compartilhar as mesmas responsabilidades e mesmo que biologicamente, também desenvolveram uma consciência semelhante do que seja responsabilidade pelo planeta.

Embora a grande maioria das pessoas envolvidas no paganismo sejam mulheres, em virtude justamente de sua maior sensibilidade psíquica, a responsabilidade que isso implica é muito mais ampla que apenas uma divisão entre sexos.

Ciência e tradição têm-se aliado e produzido instrumentos cujo objetivo é preservar a vida como ela existe sobre a Terra. James Lovellock propôs a Hipótese Gaia, mas também surgiram grupos como Green Peace, WWF e outros, de maior ou menor projeção e que, no fundo, têm uma nítida orientação pagã, independente de conceitos religiosos.

E sendo pagãos, têm como meta preservar os recursos naturais, mesmo que sob a ótica do “desenvolvimento sustentado”. Hábitos simples como a reciclagem, por exemplo, são atitudes próprias de quem busca contribuir para o bem estar do planeta.

Esse é um gesto próprio do xamã, que celebra a natureza e participa de sua cura.

4. A roda do ano; rituais de fertilidade:

O objetivo de celebrar a Roda do Ano é entrar em comunhão com a Natureza e o Universo, à medida que ambos, como numa espécie de dança cósmica, relacionam-se entre si e se manifestam por meio da renovação da vida.

Embora com pequenas variações associadas aos seus mitos particulares, costuma ser celebrada da mesma maneira e, mesmo que sua origem tenha origem no Hemisfério Norte, refere-se, acima de tudo, às correntes vitais que anima o nosso planeta em épocas específicas.

Como não poderia deixar de ser, encontra-se associada ao período agrícola e portanto, suas festividades dizem respeito à germinação, nascimento, florescimento e adormecimento da vegetação e das pastagens em geral.

Os povos celtas parecem ter agregado dois calendários, um claramente feminino, supostamente ligada à Lua, e outro nitidamente masculino, associado às estações do ano, descrevendo o ciclo do Sol.

A resultante é o calendário comumente adotado pelas comunidades pagãs em todo o mundo.

Existem divergências quanto à correspondência dos ciclos relativos às estações do ano aqui no hemisfério sul. Muitos dizem de que se deve inverter as estações. Nesse aspecto, há quem inverta apenas o ciclo solar e mantenha o ciclo lunar; outros o invertem completamente. Porém, advogo a tese de que nada deva ser invertido pois conquanto se refira à maneira como é percebido na Terra, refere-se a um ciclo de dimensão mágica e que originalmente, proveio da Babilônia.

Portanto, a tabela abaixo corresponde ao ciclo como é percebido no hemisfério norte.

Festivais Solares, derivados das tradições germânicas:
Yule ou Solstício de Inverno: Os druidas o comemoravam numa data próxima a 21/12. Os germânicos comemoravam por 12 dias. Em meio ao frio inverno, assinala o renascimento do Sol.

Ostara ou Equinócio da Primavera: Para o cristianismo, deu origem à Páscoa (em inglês, Easter), comemorado entre 20 e 30 de março. Assinala o florescimento da vida.

Litha ou Solstício de Verão: Por volta do dia 21/06 e assinala o apogeu do Sol, a luz em sua plenitude. A partir desta data, a duração dos dias começa a diminuir, portanto, celebra-se a mudança.

Mabon ou Equinócio de Outono: Celebrado entre 20 e 23 de setembro, quando ocorre a colheita que antecede ao inverno. Normalmente, um período de agradecimento e bênçãos.

Festivais Lunares, derivados das tradições celtas:
Imbolc: Assinala o enfraquecimento do inverno e a chegada da nova vida. Dedicado à Brighid e celebrado por volta de 01/02. Orientado para o futuro.

Beltaine: Assinala o início do verão e é um portal entre os mundos. Dedicado às fadas e geralmente celebrado por volta de 01/05. Buscar os desejos.

Lamas ou Lughnasadh: Marca a época das colheitas, de reunião e escolha de lideranças. Dedicado a Lugh e celebrado por volta de 01/08. Avaliar as responsabilidades e compromissos.

Samhain: Correspondia ao ano novo celta. É também um portal que aproxima os mundos, sendo dedicado aos ancestrais. Celebrado por volta de 01/11. Serve para reciclar ou livrar-se do que está estagnado.

5. Vertentes modernas do paganismo

A imagem que nos vem à mente quando nos referimos a um druida é semelhante àquela do Gandalf ou de Dumbledore. Eram sacerdotes, juízes, médicos, políticos, professores. Seus templos eram nas florestas e formavam uma espécie de colegiado dentre os povos de cultura celta. Seu conhecimento parece derivar de um antigo povo que veio da Hiperbórea. Eram mestres na arte de curar, embora também dominassem a arte da guerra. Seus encantamentos chegaram a confundir os romanos nas batalhas.

Mesmo sendo de orientação pagã, eram monoteístas, guiando-se pelo que chamavam de AWEN (inspiração).

A Bruxaria Tradicional, com todas as suas diferenças folclóricas e de práticas mágicas, derivam diretamente dos ensinamentos populares, passadas nos âmbito das famílias. Inclui um culto ou devoção aos deuses/deusas das florestas, dos fenômenos da natureza, dos rios e das fontes. Emprega magia natural e tem como objetivos a cura. Volta-se geralmente para uma comunidade.

Não encontraremos referências autênticas de Bruxaria Tradicional através da Internet, uma vez que sua tradição permanece oral.

A Bruxaria Tradicional se distingue de outras práticas (particularmente a Wicca) porque a precede em séculos, tendo suas origens nas raízes culturais de cada povo, desde o neolítico.

A Wicca como nós conhecemos atualmente é derivada da filosofia oculta do século XIX - incluindo a filosofia do Satanismo literário, entre outros - projetada em uma Deusa e um Deus (não cristãos), acrescida de um estilo descristianizado de magia cerimonial da Golden Dawn e folclore britânico sortido, e mais recentemente reformulado por estudiosos neo-pagãos, e influenciado pelo feminismo e a ecologia.

De qualquer forma diversas partes da incerta árvore genealógica da Wicca podem ser traçadas ao Satanismo literário do século XIX, algumas formas têm mais em comum com a Wicca atual do que o Satanismo atual. Ou seja, Wicca não é "A Antiga Religião", ainda que influenciada por várias religiões antigas.

Alguns podem alegar que o tal do “deus chifrudo” é apenas Cernnunos ou uma imagem do Green Man, diabolizada pelo cristianismo.
(...)

Henrique Guilherme Wiederspahn, ESQUILO FALANTE

(http://www.arteantiga.org/henrique/artigo11.php)


...................................................................................................................................



celticismo
Significado de Celticismo
m.
Idiotismo das línguas célticas.
Celtomania.
(De céltico)
Novo Diccionário da Língua Portuguesa Candido de Figueiredo - 1913





Os Celtas

A natureza era a companhia do homem primitivo. Ela fornecia abrigo e alimento e, em retorno, a humanidade a reverenciava. As religiões primitivas louvavam as pedras e montanhas, os campos e florestas, os rios e oceanos.

A Voz da Floresta é uma ponte mítica entre o mundo dos deuses e o dos homens, entrelaçado com a veneração que os Celtas tinham pelas árvores.

Como uma representação do universo, as raízes das árvores habitam o solo, o conhecimento profundo da Terra. E o tronco une as raízes ao céu, trazendo este conhecimento à luz.

A Cultura Hallstatt foi a primeira das várias culturas existentes na Idade do Bronze. As regiões ocidentais desta cultura entre a França e a Alemanha do Este, já falavam a língua Celta. Por volta do ano 600 a.C., o grafólogo Grego Herodotus escreve sobre os Celtas colocando-os para além dos “Pilares de Hércules” (isto é, Espanha) e acima do Danúbio. O nome "Celta" surgiu da tribo dominante dos Halstatt, e tornou-se um conceito unificador para toda a cultura.

Segundo historiadores, a terra de origem dos Celtas era uma região da Áustria, perto do sul da Alemanha. Dali, os Celtas expandiram-se pela maior parte da Europa Continental e Britania. Na sua expansão os Celtas abrangeram áreas que vão desde a Espanha à Turquia.

Tomando posse de quase toda a Europa, os Celtas dividiram esse continente em três partes: a Central (teuts-land, q.s. terra de teut), a Ocidental (hôl-lan ou ghôl-lan, q.s. terra baixa) e a Oriental (pôl-land, q.s. terra alta); tudo o que estava a Norte dessas regiões denominavam de dâhn-mark (q.s. o limite das almas), que ía do Rio Don às Colunas de Hércules; aquele Don que os antigos franceses chamavam de Tanais e que era baliza para a ross-land (q.s. terra do cavalo = rússia).

Ainda em relação a este assunto, que obviamente liga os povos célticos, está a palavra ask, de onde a denominação geral asktan dada a vários povos (os mais interessados no assunto devem procurar a velha Gramática da Língua D'Oc); ora, entendia-se por Trasks os Asks orientais, por Tosks os Asks meridionais e por Vasks os Asks ocidentais - daí, toscanos, estruscos, vascos...

Os Celtas dominaram a Europa Central e Ocidental por milhares de anos. Mas só mais recentemente os Celtas influenciaram a Europa no seu desenvolvimento, a nível cultural, lingüístico e artístico. Os Celtas com grupo e raça, há muito que desapareceram, exceto na Irlanda e nas Terras Altas da Escócia.

Desde o domínio romano, instigado pelo catolicismo, as culturas druídica e celta foram alvos de severa e injusta repressão, que fez com que fossem apagados quaisquer tipos de informação a respeito delas embora que na historia de Roma conste que Júlio César reconhecia a coragem que os druidas e celtas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.

A bravura dos Celtas em batalha é lendária. Eles desprezavam com freqüência as armaduras de batalha, indo para o combate de corpo nu. Os homens e as mulheres na sociedade Celta eram iguais; a igualdade de cargos e desempenhos eram considerados iguais em termos de sexos. As mulheres tinham uma condição social igual á dos homens sendo muitas vezes excelentes guerreiras, mercadoras e governantes.

Os Celtas transmitiram a sua cultura oralmente, nunca escrevendo a sua história ou os seus fatos. Isto explica a extrema falta de conhecimento quanto aos seus contatos com as civilizações clássicas de Grécia e Roma. Os Celtas eram na generalidade bem instruídos, particularmente no que diz respeito á religião, filosofia, geografia e astronomia.

Relativamente ao nome BRASIL...Este não se encontra nas línguas nativas, mas há vestígios da passagem dos fenícios pelas costas equatoriais e, também, pelas do Brasil. Na antiga Língua céltica "braazi" queria dizer "terra grande" segundo escritos do estudioso Sérgio Trombelli...

Por outro lado, sabemos que uma Insulla Brazil já existia em antigos mapas bem antes da viagem cabralina - mapas como os de Bartolomeu de Pareto (1455) e de Pero Vaz de Bisagudo (segundo Carta enviada pelo Mestre João a el-rei D. Manuel logo após o "descobrimento" oficial a tal Insulla Brazil...

É possível que, em breve, os modernos instrumentos da Arqueologia possam, também, trazer até nós outros vestígios.

E que influência tiveram os Celtas na Literatura européia que tanta força emprestou ao pré-Cristianismo? As literaturas no gaélico, no galês ou no bretão, exerceram influência através da Poesia Pastorial e dos Romances de Cavalaria (a saga do Rei Arthur e a busca do Santo Graal), das Ciências Herméticas ou Ocultas, da Adivinhação e da Cultura Rúnica, até a formação ideológica das elites em Ordens de Cavalaria e Confrarias (do tipo Rosacruzes e Maçonaria).

Chamo a atenção para o fato de vários estudiosos que põem o kardecismo (de Kardec, antigo poeta esotérico celta) como um sistema filosófico-espiritual do eixo telúrico-cósmico desenvolvido na essência mística dos Celtas; aliás, Kardec (Allan Kardec) é pseudônimo do estudioso francês Léon Rivail (1804-1869) que continuou a doutrina céltica no que à transmigração das almas e dos Espíritos diz respeito.

E, antes dele, já os essênios, os nazarenos e outras seitas judeo-palestinas o haviam feito. Importante ainda é o fato de se poder ligar o desenvolvimento da Música e da Poesia aos cultos da Voluspa: mesmo rudimentar, o Oráculo passou a ser lido/interpretado em voz ritmada e em versos rimados. Foi grande a importância dessa Civilização antiga na formação do ser-português, na Língua Lusa que a saga marítima de 1500 levou ao mundo, legou a africanos e criou o tupi-afro-brasileiro, mesmo que à custa da destruição dos nativos pelo catecismo jesuítico e pelos ferozes salteos e bandeiras...

Os povos Celtas, em cinco grupos, entraram na velha província romana, chamada Lusitânia, pelo Algarve (os cinetes), entre os rios Sado e Tejo (os sempsos), entre a Estremadura e o Cabo Carvoeiro (os sepes), pelo centro (os pernix lucis) e pelo norte (os draganes). Sim, nem a Roma imperial conseguiu vencê-los na Grã-Bretanha. Foi grande a contribuição dos povos Celtas para a Cultura Portuguesa.

Inglaterra, Escócia e Irlanda

O nome Bretanha deriva do Céltico. O autor Grego Pytheas chamava-lhes as “Ilhas Pretanic” o que tem origem no nome que os habitantes da ilha tinham e se chamavam a eles próprios, Pritani. Isto e muito mais, foi mal traduzido para o latim o que deu Brittania ou Britanni. Os Celtas migraram para a Irlanda vindos da Europa, conquistando assim, os seus habitantes originais.

A Origem Celta ao que se consegue datar até o ano de 1200 AEC situa-se na Europa Central, embora parte da mais numerosa vaga de invasão indo-européia. Durante os 600 anos seguintes, os celtas chegaram a Portugal, Espanha, França, Suíça, Grã-Bretanha e Irlanda, e também tão longe como a Grécia e a Galácia. No continente foram vencidos pelos Romanos, continuando, portanto a manter traços fundamentais da sua cultura, mas nas Ilhas Britânicas a invasão romana parou na Muralha de Adriano, mantendo os Celtas, em especial na Irlanda, toda a sua autonomia e herança cultural. Pois, é na Irlanda e no País de Gales que ainda hoje podemos ir em busca do pensamento e da antiga religião de nossos antepassados Celtas e Druidas.

Muitas das informações que até hoje obtivemos vem de escritores romanos como Estrabão e César, que apesar de não serem fontes isentas nos transmitem algum conhecimento acerca da sociedade céltica.

Os cerimoniais célticos tinham um conteúdo "sagrado" pois neles havia uma comunhão muito grande entre o homem e a natureza. Esse lado sagrado e mais ainda os exercícios de alguns rituais rústicos com os participantes despidos foram motivo de escândalo para os católicos que os viram pela primeira vez. O catolicismo fez todo o empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.

Para a Cultura Celta o ano era dividido em quatro períodos de três meses em cujo início de cada um havia uma grande cerimônia:

Imbolc - celebrado em 1 de fevereiro, é associado à deusa Brigit, a Mãe-Deusa protetora da mulher e do nascimento das crianças;

Beltane - celebrada em 1 de maio. (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein) Significa "brilho do fogo". Esta cerimônia, muito bonita, é marcada por milhares de fogueiras;

Lughnasadh - (também conhecido como Lammas), dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto;

Samhain - a mais importante das cerimônias, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen.

Basicamente a doutrina céltica enfatizava a terra e a deusa mãe enquanto que os Druidas mencionavam diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza; eles enfatizavam igualmente o mar e o céu e acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através das reencarnações.

Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito, diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer, mas que com certeza cada um era responsável pelo próprio destino, de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as obras praticadas.

Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus atos, pois para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos perversos.

A Igreja Católica acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta, esquecendo que ela também matava queimando as pessoas vivas sem que elas houvessem cometido crimes, apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes.

O catolicismo primitivo, tal como um furacão devastador apagou tudo o que lhe foi possível apagar no que diz respeito aos rituais célticos, catalogando-os de paganismo, de cultos imorais e tendo como objetivo a adoração da força negativa. Na realidade isto não é verdade, os celtas cultuavam a Mãe Natureza e quando os primeiros cristãos chegaram naquela região foram muito bem recebidos, segundo pesquisadores, a tradição céltica relata que José de Arimatéia discípulo de Jesus viveu entre eles e levado até lá o Santo Graal (“Taça usada por Jesus na Última Ceia”).

A crença céltica e druídica diziam que o homem teria a ajuda dos espíritos protetores e sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida assim. Cada pessoa tinha a responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entenderem a lei de causa e efeito, também conhecida atualmente como lei do carma.

Não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos constituídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas, principalmente onde houvesse antigos carvalhos, os locais de suas cerimônias, reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.

Enquanto em algumas cerimônias célticas os participantes a faziam sem vestes os Druidas, por sua vez, usavam túnicas brancas. Sempre formavam os círculos mágicos visando a canalização de força. Por não usarem roupas em algumas cerimônias e por desenvolverem rituais ligados à fecundidade da natureza, por ignorância, por má fé ou mesmo por crueldade dos padres da Igreja, Celtas foram terrivelmente acusados de praticarem rituais libidinosos, quando na realidade tratava-se de rituais sagrados à Deusa Mãe.

Mas, bastaria isto para o catolicismo não aceitar a religião celta, pois como aquela religião descendente do tronco Judaico colocava a mulher como algo inferior, responsabilizando-a pela queda do homem, pela perda do paraíso. Na realidade o lado esotérico da religião hebraica baniu o elemento feminino já desde a própria Trindade. Todas as Trindades das religiões antigas continham um lado feminino, somente não a hebraica.

A Igreja Católica, derivada do hebraísmo ortodoxo, também mostrou ser uma religião essencialmente machista e como tal lhe era intolerável à admissão de uma Deusa Mãe, mesmo que esta simbolizasse a própria natureza, tanto que para Igreja Católica, “seu” Deus é uma figura masculina.

Mesmo que o Catolicismo assumisse uma posição machista isto não foi ensinado e nem praticado por Jesus. Ele na realidade valorizou bem a mulher e, por sinal, existe um belíssimo evangelho apócrifo denominado "O Evangelho da Mulher". Também nos primeiros séculos do Cristianismo a participação feminina era bem intensa. Entre os principais livros do Gnosticismo dos primeiros séculos, conforme consta nos achados arqueológicos da Biblioteca de Nag Hammadi consta o Evangelho de Maria Madalena mostrando que os evangelistas não foram apenas pessoas do sexo masculino.

Na realidade Jesus apareceu primeiro às mulheres, e segundo o que está escrito nos documentos sobre o Cristianismo dos primeiros séculos, via de regra, por cerca de 11 anos depois da crucificação Jesus continuou a ensinar e geralmente fazia isto através da inspiração, algo como mediunidade, e isto acontecia bem mais freqüentemente através das mulheres.

Sabe-se que o papel de subalternidade do lado feminino dentro do Cristianismo foi oficializado a partir do I Concilio de Nicéia no ano 325. Aquele concílio, entre outras intenções visou o banimento da mulher dos atos litúrgicos da igreja. Ela só podia participar numa condição de subserviência. O catolicismo que nasceu da ala ortodoxa do Cristianismo primitivo que continha em seu bojo à influência judaica no que diz respeito à marginalização da mulher no exercício das atividades sacerdotais. Daí a perseguição cultural à figura da Mulher tornada maldita pelo Homem (movimento do qual veio a surgir um novo povo: os Fenícios).

Por isto, e por outros “motivos” católicos, as autoridades católicas não podiam tolerar o celtismo, cuja religião era mais exercida pelas mulheres.

Existiam as sacerdotisas que exerciam um papel mais relevante que a dos sacerdotes e magos. Naturalmente os celtas eram muito apegados à fertilidade, ao crescimento da família e ao aumento da produção dos animais domésticos e dos campos de produção e isto estava ligado diretamente ao lado feminino da natureza.

Também a mulher é mais sensitiva do que o homem no que diz respeito às manifestações do sobrenatural, do lado sagrado da vida, portanto é obvio que elas canalizassem mais facilmente a energia nos cerimoniais, que fossem melhores intermediárias nas cerimônias sagradas.
Assim é que o elemento básico da Wicca não tinha como base primordial o homem e sim na mulher, cabendo àquele a primazia nos assuntos não religiosos.

Eis-nos retornando à essência feminina... Como surgiu a Voluspa? Sabemos que foi através da Mulher que os povos Celtas se organizaram. Algumas mulheres, sentindo em si-mesmas o Espírito dos seus Ancestrais e dos Deuses divulgaram essa Mensagem tornando-se Voluspas. Leitora do Oráculo e seu eco místico, a Mulher tornou-se legisladora e, com isso, poderosa: a voz da Voluspa era a voz Divina que vinha do ventre da Terra e ecoava por todo o sistema cósmico.

Verifica-se que a Cultura céltica adotou, no seu sistema esotérico-religioso, a via matriarcal. Isso passou, aos poucos, para a vida social. O que ainda é, hoje, visível em determinadas regiões onde esse sistema foi implantado antes do Segundo Milênio AC, como no centro e norte de Portugal (onde se formaram os celtiberos), no norte da Espanha, na Gália, nas Ilhas Britânicas (particularmente na Irlanda e na Ilha de Man), no Alto Danúbio (Boêmia e Baviera), i.e., o patriarcado ficou responsável pelos assuntos da Guerra enquanto o matriarcado pelos assuntos do Espírito, do Social e do Legislativo, que o mesmo é dizer: da Cultura.

Forte, o Oráculo da Voluspa era Lei geral. Enfim, a Mulher tornava-se Ser Humano gerando Civilização... E até formou uma fantástica corte guerreira, na Ásia, em meio à outra dissidência: um povo de mulheres que decidiu caminhar com suas próprias leis - as Amazonas. Na concepção d'olivetiana, a palavra compõe-se do radical mâs, conservado ainda no latim puro e reconhecível no francês antigo masle, no italiano maschio e no irlandês moth; esse radical, unido à negativa ohne forma a palavra mâs-ohne à qual se ligou o artigo fenício ha; a palavra ha-mâs-ohne significa as-que-não-têm-macho.

Ora, nesta estrutura encontramos a origem céltica e a moradia asiática. Até meados de 1997 falar d'as amazonas era falar, quase sempre, de uma lenda, apesar da extraordinária contribuição dos estudos d'olivetianos sobre esse povo. Em 1997 foram descobertas as tumbas, no Caucaso, onde muitas dessas guerreiras foram enterradas...A pesquisa arqueológica - neste caso como no caso d'os manuscritos do mar morto - é a principal arma da História contra a estupidificante estória oficial...! Foi feita homenagem a D'Olivet.

Os celtas entendiam que a terra comporta-se como um autêntico ser vivo, que nela a energia flui tal como nos meridianos de acupuntura de uma pessoa. Eles sabiam bem como se utilizarem meios de controlar essa energia em beneficio da vida, das colheitas e da saúde.

O grande desenvolvimento dos celtas foi no campo do como manipular a energia sem o envolvimento de tecnologia alguma, somente através da mente. Enquanto outros descendentes da Atlântida usaram instrumentos os migraram para o oeste europeu, dos quais bem tardiamente surgiu como civilização celta, usaram apenas pedras, na maioria das vezes sobe a forma de dolmens de menhires como Stonehenge (veja link).

Geralmente pedras eram usadas como meios para o desvio e canalização de energia. As construções megalíticas eram condensadores e drenadores de energia telúrica, com elas os descendentes da Atlântida criavam "shunts" nos canais de força telúrica, desviando-a para múltiplos fins.

Os Celtas chegaram a ter pleno conhecimento de que as forças telúricas podiam ser controladas pela mente, que a energia mental interagia com outros campos de forças, e que a energia mental podia direcionar aos canais, ou até mesmo gerar canais secundários de força. Sabiam o que era a energia sutil, e que podiam aumentá-la de uma forma significativa mediante certos rituais praticados em lugares especiais. Para isto escolhiam e preparavam adequadamente os locais ideais para suas cerimoniais sagradas.

A realização das cerimônias celtas não se prendia somente ao lugar, também tinham muito a ver com a época do ano, com determinadas efemérides, por isto ocorriam em datas precisas, ocasiões em que as forças cósmicas mais facilmente interagiam com as forças telúricas. Os celtas sabiam que a energia telúrica sofria reflexões e refrações ao tocar coisas materiais, tal como ensina atualmente o Feng Shui, por isto é que eles praticavam seus rituais religiosos totalmente despidos. Isto não tinha qualquer conotação erótica, era antes um modo para a energia não ser impedida ou desviada pelas vestimentas.

Também tinham conhecimentos de como viver em harmonia com a terra, da importância de manterem a terra sadia, assim sendo evitavam mutilá-la inutilmente e até mesmo da importância de tratá-la. Tal como um acupunturista trata uma pessoa quando o fluxo de energia não esta se processando de uma forma adequada, da mesma forma eles procediam com relação à "Mãe Terra".

Estabeleciam uma interação entre a energia a nível pessoal com a energia a nível planetário e também a nível sideral.

É todo esse conhecimento que está sendo liberado progressivamente. Agora que o homem moderno está começando a compreender que a terra foi dilapidada, atingida em sua integridade precisa urgentemente ser tratada vêm ressurgindo conhecimentos antigos, espíritos aptos estarão encarnando na terra para desenvolverem métodos precisos visando à correção dos males provocados. Assim é que estamos vendo o desenvolvimento da Radiestesia, da Rabdomância, do Feng Shui e de outras formas de atividades ligadas às energias que fluem na terra. Os princípios preconizados pela Permacultura serão aceitos progressivamente e a humanidade passo a passo irá se integrando a um sistema de vida holístico, segundo José Laércio do Egito.

Na realidade a corrente migratória atlante direcionada para a Europa Ocidental não primou pelo desenvolvimento tecnológico, ela não deu prosseguimento, por exemplo, à utilização ao desenvolvimento da ciência dos cristais como fonte de energia. Preferiram a utilização da energia inerente aos canais das forças telúricas mais simples. A geomância atual já era sobejamente conhecida dos Celtas que, por sua vez herdaram tais conhecimentos dos seus ancestrais remotos, (os Atlantes que tinham grande domínio sobre tais conhecimentos, segundo alguns pesquisadores), e mesmo assim de uma maneira não tecnológica.

Obs: Caso o leitor tenha alguma dúvida ou discordância em relação a este texto, por favor, entre em contato conosco, pois nosso intuito é e sempre será desmistificar em abordagens simples a rica e sagrada Cultura Celta que é de grande magnitude para a compreensão dos Antigos Mistérios e a razão principal da existência hoje do Site Mistérios Antigos.

Na realidade não se pode falar da Cultura Céltica sem se falar da Cultura Druídica, de Ceridwen e Taliesin, das Sacerdotisas da nossa Ilha de Avalon, do nosso Rei Arthur e a busca do Santo Graal...

(http://www.misteriosantigos.com/celtas.htm)

sábado, janeiro 01, 2011

Roda do Ano

Ficheiro:Wheel of the Year.JPG A Roda do Ano é o que simboliza a concepção de tempo dos pagãos e principalmente a dos Celtas e que era um tanto quanto diferente da atual. Eles não viam o tempo de forma linear, mas circular, cíclico. Seus calendários levavam em conta não só o ciclo solar, como é o nosso, mas também o ciclo lunar. Originários da tradição celta, os Sabbats ocorrem oito vezes ao ano, levando-se em conta a posição da Terra com relação ao Sol: Equinócios e Solstícios. Nessas ocasiões, na Wicca, são homenageadas duas divindades: a Deusa Mãe, ou simplesmente a "Deusa", que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem. Já em outros ramos do Paganismo, outros Deuses são adorados, pois que nem todos tem essas duas únicas figuras centrais.






Os Wiccanos celebram diversos festivais sazonais do ano, que são conhecidos como Sabás; estas reuniões são geralmente conhecidas como Roda do Ano e festejam as estações anuais e suas colheitas.[1] Wiccanos mais ecléticos, ou até mesmo os adeptos do Gardnerianismo, celebram um conjunto de oito Sabás, enquanto em outros grupos, como o Clan of Tubal Cain, eles celebram somente quatro.[2] Os quatro Sabás que são comuns a todos esses grupos são conhecidos como cross-quarter day, e geralmente são referidos como Grandes Sabás. Sua origem provém dos antigos celtas da Irlanda, e possivelmente de outras regiões da Europa ocidental.[3] Nos livros The Witch-Cult in Western Europe (1921) e The God of the Witches (1933) da egiptologista Margaret Murray, interessada no histórico Culto Bruxo, ela afirma que estes quatro festivais de cristianização tinham sobrevivido e haviam sido celebrados na religião pagã de bruxaria. Consecutivamente, quando a Wicca começou a se desenvolver na década de 1930 e na década de 1960, muitos grupos, como o de Gerald Gardner, adotaram a comemoração desses quatro Sabás descritos por Murray. Gardner fez uso dos nomes em inglês desses feriados, dizendo que "os quatro grandes Sabás são o Candlemass, May Eve, Lammas, e o Halloween; os equinócios e solstícios também são celebrados."[4]




Os outros quatro festivais comemorados por grande parte dos wiccanos são conhecidos como Sabás Menores, que compreendem o solstícios e os equinócios, foram adotados somente em 1958 por membros do coven Bricket Wood,[5] antes de influenciarem e serem adotados por outros membros da tradição de Gardner, e eventualmente a Tradição Alexandrina e o Dianismo. Os atuais nomes desses feriados foram retirados dos festivais do paganismo germânico e do politeísmo celta. No entanto, os festivais não são de reconstrução na natureza nem muitas vezes se assemelham a suas contrapartes históricas, em vez de exibir uma forma de universalismo. As observações dos rituais podem mostrar a influência cultural dos festivais a partir dos nomes que tomaram, bem como a influência de outras culturas independentes.[6]



Sabá Hemisfério Norte Hemisfério Sul Origens Históricas Associações

Samhain, aka Halloween 31 de Outubro 30 de Abril, ou 1 de Maio Politeísmo celta Morte e ancestrais.

Yuletide 21 ou 22 de Dezembro 21 de Junho Paganismo nórdico Solstício de Inverno e renascimento do sol.

Imbolc, aka Candlemass 1º ou 2 de Fevereiro 1º de Agosto Politeísmo celta Primeiros sinais da primavera.

Ostara 21 ou 22 de Março 21 ou 22 de Setembro Paganismo nórdico Equinócio e começo da primavera.

Beltaine aka May Eve 30 de Abril ou 1º de Maio 1 de Novembro Politeísmo celta Pleno florescimento da primavera. Contos de fada.[7]

Litha 21 ou 22 de Junho 21 de Dezembro Possivelmente Neolítico Solstício de Verão.

Lughnasadh aka Lammas 1º ou 2 de Agosto 1º de Fevereiro Politeísmo celta A colheita de grãos.

Mabon aka Modron[8] 21 ou 22 de Setembro 21 de Março Nenhum equivalente histórico. Equinócio de Outono. Colheira de frutas.



Oito festivais

[editar] Samhain

Ver artigo principal: Samhain

31 de Outubro (Hemisfério Norte) e 1° de Maio (Hemisfério Sul).



Este Festival marca o ano novo celta, assim como o início de uma nova Roda do Ano. Samhain, o festival dos mortos, foi cristianizado como Halloween. Essa é uma época de meditação e reflexão, sobre os ciclos da natureza, da vida e da morte. Época de nos conectarmos com a energia dos nossos antepassados e de todos aqueles espíritos e seres que nos auxiliaram em nossa caminhada, pois é uma época em que, segundo a cultura pagã, o "véu entre os mundos" se torna mais tênue.



[editar] Yule

Ver artigo principal: Yule

21 de Dezembro (Hemisfério Norte) e 21 de Junho (Hemisfério Sul).



Yule é a época do Solstício de Inverno, quando a Criança do Sol renasce, a qual é uma imagem do retorno de toda nova vida através do amor dos Deuses. Os escandinavos tinham um Deus chamado Ullr, e dentro da Tradição Nórdica, Yule é considerado o Ano Novo. Nas demais tribos e povos da europa pré-cristã, o solstício de inverno era a mais antiga festa sazonal e dada sua importância foi sincretisado com as festividades do Natal Cristão.



[editar] Imbolc

Ver artigo principal: Imbolc

1º de Fevereiro (Hemisfério Norte) e 1º de Agosto (Hemisfério Sul).



Imbolc, também chamado Oilmec e Candlemas ("Candelária"), celebra o despertar da terra e o crescente poder do Sol. A Deusa é venerada em seu aspecto de Virgem da Luz e seu altar é decorado com galanto, que anuncia a primavera. É a festa da lactação, da bênção aos recém-nascidos, pois a Deusa amamenta o Deus renascido na forma de seu filho.



Hemisfério Norte: 2 de Fevereiro

Hemisfério Sul: 1o de Agosto

Também conhecido como Imbolc, Oimelc e Dia da Senhora, Candlemas é o Festival do Fogo que celebra a chegada da Primavera. O aspecto invocado da Deusa nesse Sabbat é o de Brígida, a deusa celta do fogo, da sabedoria, da poesia e das fontes sagradas. Ela também é deidade associada à profecia, à divinação e à cura.



Esse Sabbat representa também os novos começos e o crescimento individual, sendo o "afastamento do antigo" simbolizado pela varredura do círculo com uma vassoura, ou vassoura da bruxa, tradicionalmente realizado pela Alta Sacerdotiza do Coven, que usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça.



Na Europa, o Sabbat Candlemas era celebrado nos tempos antigos com uma procissão à luz de archotes para purificar e fertilizar os campos antes da estação do plantio das sementes e para glorificar as várias deidades e os espíritos associados a esse aspecto, agradecendo-lhes.



A versão cristianizada da procissão de Candlemas honra a Virgem Maria e, no México, ela corresponde ao Ano Novo Asteca.



Incensos: manjericão, mirra e glicínia. Cores das velas: marrom, rosa, vermelha. Pedras preciosas sagradas: ametista, granada, ônix, turquesa. Ervas ritualísticas tradicionais: angélica, manjericão, louro, benjoim, quelidônia, urze, mirra e todas as flores amarelas.



[editar] Ostara

Ver artigo principal: Ostara

21 de Março (Hemisfério Norte) e 21 de Setembro (Hemisfério Sul).



Agora noite e dia são iguais. Em Ostara o Sol aumenta em poder e a terra começa a florescer. Na época do Equinócio de Primavera, os poderes da fase de armazenamento do ano são iguais aos da escuridão do inverno e da morte. Para muitos pagãos, o jovem Deus, com seu chamado de caça, mostra o caminho com dança e celebração. Outros dedicam essa época do ano a Eostre, a Deusa anglo-saxã da fertilidade.



[editar] Beltane

Ver artigo principal: Beltane

1 de Maio (Hemisfério Norte) e 31 de Outubro (Hemisfério Sul).



Os poderes da luz e da nova vida agora dançam e movem-se através de toda a criação. A Roda continua a girar. A primavera dá lugar à primeira floração plena do Verão e os Pagãos celebram Beltane com a dança da fita, simbolizando o Sagrado Casamento entre Deusa e Deus.



[editar] Litha

Ver artigo principal: Litha

21 de Junho (Hemisfério Norte) e 21 de Dezembro (Hemisfério Sul).



Litha ou Solstício de Verão. O Deus em seu aspecto de luz está no auge de seu poder e é coroado como o Senhor da Luz. É uma época de fartura e celebração.



[editar] Lammas

Ver artigo principal: Lammas

1º de Agosto (Hemisfério Norte) e 2 de Fevereiro (Hemisfério Sul).



Lammas, também chamado Lughnasadh, é o tempo da colheita do trigo, quando os Pagãos colhem o que plantaram, quando celebram os frutos do mistério da Natureza. Em Lammas, os Pagãos dão graças pela generosidade da Deusa em seu aspecto de Rainha da Terra.



[editar] Mabon

Ver artigo principal: Mabon

21 de Setembro (Hemisfério Norte) e 21 de Março (Hemisfério Sul).



Em Mabon o Equinócio de Outono dia e noite tornam-se iguais. À medida que as sombras aumentam, os Pagãos vêem as faces mais sombrias de Deus e Deusa. Para muitos, esse rito honra a velhice e a aproximação do inverno.



Fecha-se o Ciclo

A Roda gira e volta a Samhain.


O Natal Pagão

Retirado: Rascunhos de um Pagão

«Este texto foi encontrado no blog Alta Sacerdotisa, da Gaia Lil, tão bom que merece ser divulgado em homenagem aos meus amigos no hemisfério norte.

Entrada do Sol no signo de Capricórnio, marcando o solstício de inverno no hemisfério norte, celebrado pelos povos celtas como o Sabbat Yule ou Alban Althan. Comemorava-se, nesta data, o renascimento do Sol do ventre escuro da Mãe Terra, simbolizando a renovação das esperanças, novas promessas de alegria e realizações, assegurando à humanidade que a Roda do Ano, em seu movimento perpétuo, novamente chegaria ao fim das vicissitudes do inverno e da escuridão. Desde os tempos mais remotos, a transição entre o ponto mais baixo (a noite mais longa do ano) e o início do retorno na trajetória do Sol em sua Roda Anual, era celebrada com vários rituais em todas as culturas antigas.

Para festejar o renascimento do Sol eram acesas fogueiras e tochas, ofertavam-se presentes para as divindades, reverenciavam-se as árvores sagradas (como o carvalho e o pinheiro), as plantas que representavam os poderes do Deus (como o visco) e da Deusa (como o azevinho), realizando-se também, vários rituais de fertilidade.

O mais importante símbolo do Yule era o fogo, que deveria queimar durante os doze dias das celebrações, representação da luz solar brilhando durante os doze meses. Preparava-se o tronco de Yule ou o “Yule Log”, decorado com folhagens, pinhas, nozes, maçãs, doces, galhos de visco e de azevinho. Esse tronco era guardado até o mesmo ritual do próximo ano, quando era queimado ritualisticamente e substituído.

Prepare você também um tronco de Natal, escolhendo uma tora ou um galho grosso, fazendo três furos para prender três velas, nas cores verde, vermelha e dourada.

Enfeite-o a seu gosto, mas mantenha sempre as velas acesas durante os doze dias das antigas celebrações, convidando assim os Espíritos da Luz a iluminarem a abençoarem sua casa e seus familiares.

Celebração da deusa eslava Koleda, também chamada de Kuntuja, na Rússia, comemorando a deusa Koliada, senhora do tempo, do Sol e da luz, personificando o próprio solstício de inverno. Ela simbolizava o Sol, cercada pelas forças da escuridão, precisando de ajuda da humanidade para vencê-las. Essa tarefa era executada pelas mulheres, que estimulavam, por meio de rituais, o poder procriador da Deusa. Com o passar do tempo, Koliada foi transformada em deus e, nesta data, celebrava-se seu nascimento. Koliada ou Kulada, permaneceu mas disfarçada na figura de São Nicolau, o velhinho bondoso que ajudava as mulheres no trabalhos de parto. Na Rússia, celebrava-se também Maslenitza, a deusa da fertilidade e da agricultura.

Comemoração de Tonan ou Tlakatellis, uma das manifestações da Grande Mãe asteca. Ainda hoje o povo Nahua reverencia-a, colocando guirlandas de calêndulas e folhas em suas estátuas ou nas de sua “substituta” a Virgem de Guadalupe.

O MÊS DE DEZEMBRO

Decem era o décimo mês do antigo calendário romano. Seu nome também surgiu como uma homenagem à deusa Décima, uma das Parcas – as Senhoras do Destino-, a regente do presente e tecelã do fio da vida, equivalente à deusa grega Clotho.

O nome anglo-saxão do mês era Aerra Geola, o irlandês, Mi Na Nollag e o nórdico, Wintermonath ou Heilagmonath. No calendário druídico, a letra Ogham é Luís e a árvore, a sorveira. O lema do mês é “assuma o controle de sua vida e não se deixe guiar pelos outros.”

Os povos nativos denominaram este mês de Lua Fria, Lua do Lobo, Lua das Longas Noites, Lua do Uivo dos Lobos, Lua do Carvalho, Lua do Inverno, Lua das Árvores que Estalam e Mês Sagrado.

A mais importante celebração deste mês é o solstício de inverno no hemisfério norte, festejado pelos povos celtas como o Sabbat Yule ou Alban Arthuan. Em várias tradições e lugares do mundo antigo, o solstício era lembrado juntamente com os mitos das deusas virgens dando à luz seus divinos filhos solares, como Osíris, Boal, Attis, Adonis, Hélio, Apolo, Dionísio, Mithras, Baldur, Frey e Jesus. Na tradição romana, esta data chamava-se Dies Natalies Soles Invictus ou o Dia do Nascimento do Sol Invicto e todos os deuses solares receberam títulos semelhantes, como a Luz do Mundo, o Sol da Justiça, o Salvador. As celebrações atuais do Natal são uma amálgama de várias tradições religiosas, antigas e modernas, pagãs, judaicas, zoroastrianas, mitraicas e cristãs.

Na antiga Babilônia, existiam doze dias entre o solstício e o Ano Novo. Era um tempo de dualidade, oscilando entre o caos e a ordem. Os romanos concretizaram essa ambigüidade no famoso festival Saturnália, as festas dedicadas ao deus do tempo Saturno e à sua consorte, a deusa da fertilidade Ops.

Durante oito dias, as regras sociais eram revertidas e patrões e empregados trocavam de funções e roupagens, ninguém trabalhava, todos festejavam. O último dia do festival chamava-se Juvenália, dedicado às crianças que recebiam agrados, presentes e talismãs de boa sorte.

As pedras sagradas do mês são a turquesa e o zircônio. As divindades regentes são todos os deuses e deusas solares, além das deusas Ix Chel, Ástrea, Ops, Astarte, Freyja, Sekhmet, as Nornes, Yemanjá e Arianhod.

Dezembro representa o fechamento de um ciclo, um período para refletir sobre o ano que passou. Na avaliação daquilo que passou e na expectativa de um novo ano, repete-se o momento mítico do caos para a ordem. A Roda do Ano para, entra-se em um novo limiar, no limite entre os tempos e os mundos, quando se torna possível refazer o mundo.

Reveja, portanto, todos os aspectos de sua vida no ano que passou: realizações profissionais, relacionamentos, saúde, caminho espiritual, expressão pessoal, projetos e sonhos. Medite sobre os sucessos e fracassos, criando uma nova imagem do futuro. Consulte algum oráculo, faça uma lista de desejos e projetos, assuma compromissos, prepare encantamentos, invoque as Deusas e entre no Ano Novo com fé, força, luz e esperança.

[Citado de:] Mirela Faur - O Anuário da Grande Mãe

Nota da casa: Há um mistério no nascimento do Filho da Promessa em Yule que acontece exatamente em Litha. Algo que deve dar o nó na cabeça de muitos pagãos, bruxos e wiccanos. O Deus, que é irmão da Deusa, apaixona-se e une-se à Deusa, para pouco depois definhar e morrer. O Deus morre para se tornar o psicopompo, o condutor das almas de volta ao ventre da Mãe. Assim como o Deus, nos tornamos sementes novamente e, ao renascer o Deus, renascemos nós também. Mas para isso acontecer, o Deus tem que fertilizar a Deusa, tem que se unir [sexualmente] à Deusa. A Deusa gera a vida porque foi fecundada pelo Deus. O Deus morre para que o mundo tenha vida. Eu não compreendo como os diânicos podem negar ou diminuir a importância do nosso Deus. Sem Ele, nenhum dos sabbats que comemoramos tem sentido. Feliz Yule! Feliz Litha!

Postado por Beto às 09:13»