História
Presume-se que a primitiva defesa do local tenha sido um antigo castro dos lusitanos ou um forte romano, destinado à defesa da foz da ribeira de Alcantarilha.
Posteriormente, aqui foi erguido um forte, em 1571, para defesa contra os ataques dos piratas da Barbária e de corsários em geral. Adicionalmente a estrutura oferecia protecção às pessoas que se deslocavam da freguesia de Alcantarilha para este local, onde se dedicavam à pesca.
Ao longo dos séculos, ao abrigo da defesa proporcionada pelo forte, populações foram-se fixando na região, dando origem ao povoado de Armação de Pêra, voltado para a actividade da pesca e da agricultura, nesta última, nomeadamente a produção de frutos secos.
Por volta de 1720 foi levantada, no interior da fortificação, a Capela de Santo António em homenagem ao padroeiro do forte.
Com o Terramoto de 1755 o forte sofreu severos danos, vindo a ser reconstruído alguns anos mais tarde.
Actualmente funciona como um mirante turístico para o areal de Armação de Pêra e o oceano.
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Nota Histórico-Artistica
Implantada em plena foz da ribeira de Alcantarilha, a povoação de Armação de Pêra desde cedo desempenhou um papel importante na fixação de populações que vivem do mar. O seu desenvolvimento deveu-se a duas características essenciais: de um lado, a pequena aldeia de pescadores, localizada a nascente; de outro, a fortaleza, que ao longo dos últimos séculos forneceu uma relativa segurança à povoação.
É muito pouco o que se sabe acerca desta fortificação. Alguns autores sugeriram que ela está implantada sobre as ruínas de um primeiro estabelecimento romano, ou mesmo pré-romano. Outros, apontaram a primitiva construção deste complexo, com a forma de um castelo, em plena Baixa Idade Média, numa altura de plena organização do território do recentemente conquistado reino do Algarve. O certo é que a construção que actualmente se conserva nada tem de épocas tão recuadas; o imóvel que hoje se pode observar é um produto da Idade Moderna, edificado ao longo de três fases fundamentais, a primeira das quais remontando ao tempo de D. João III, pelos meados do século XVI.
Documentalmente, a primeira data conhecida relacionada com esta fortaleza é a de 1571, ano apontado por diversos autores como o da construção do complexo fortificado. Tal facto, deverá estar associado à conclusão das obras, na medida em que são bastante fortes as informações que apontam para uma intervenção em pleno reinado de D. João III, período durante o qual se construíram muitas das fortalezas costeiras do Algarve. Praticamente um século depois, após a restauração da independência nacional, procedeu-se a uma campanha modernizadora, comprovada pela data de 1667, sobre o portal principal de acesso ao recinto. Nessa altura, realizou-se uma ampla reforma do edifício, no sentido de o adaptar às novas exigências da guerra, motivadas pela forte presença de piratas e corsários a soldo de governos do Norte da Europa (COUTINHO, 1999, p.265). A última fase construtiva de que se tem conhecimento data das primeiras décadas do século XVIII, em pleno período joanino, altura em que se edificou a pequena capela de Santo António - ou de Nossa Senhora dos Aflitos, numa clara alusão à protecção das populações piscatórias das redondezas -, modesto templo de nave única e desprovido de rasgos decorativos assinaláveis.
Pelas datas apontadas, é possível perceber como a fortaleza de Armação de Pêra é um fiel exemplo das mais importantes fases construtivas, de arquitectura militar, efectuadas no nosso país ao longo da época moderna. Partindo do reinado de D. João III, em que foram levantadas muitas fortalezas costeiras, o segundo impulso deu-se no contexto das Guerras da Restauração, em que a dinastia de Bragança lutou arduamente pela independência do país face a Espanha, e em que se restauraram e modernizaram muitas praças militares fronteiriças e costeiras, constituindo o Algarve um dos locais mais importantes deste processo, com obras desde praticamente Castro Marim à fortaleza de Sagres. A própria configuração da fortaleza testemunha essa intervenção seiscentista, materializada na secção meridional do edifício, cuja planta define uma pouco pronunciada estrela de cinco pontas. Finalmente, no reinado de D. João V procedeu-se à construção (ou reformulação) da pequena capela do interior, elemento de carácter religioso importante para os efectivos militares da fortificação, mas também para as populações envolventes, que aqui passaram a ver um símbolo de religiosidade e de protecção face aos perigos do mar.
PAF
É muito pouco o que se sabe acerca desta fortificação. Alguns autores sugeriram que ela está implantada sobre as ruínas de um primeiro estabelecimento romano, ou mesmo pré-romano. Outros, apontaram a primitiva construção deste complexo, com a forma de um castelo, em plena Baixa Idade Média, numa altura de plena organização do território do recentemente conquistado reino do Algarve. O certo é que a construção que actualmente se conserva nada tem de épocas tão recuadas; o imóvel que hoje se pode observar é um produto da Idade Moderna, edificado ao longo de três fases fundamentais, a primeira das quais remontando ao tempo de D. João III, pelos meados do século XVI.
Documentalmente, a primeira data conhecida relacionada com esta fortaleza é a de 1571, ano apontado por diversos autores como o da construção do complexo fortificado. Tal facto, deverá estar associado à conclusão das obras, na medida em que são bastante fortes as informações que apontam para uma intervenção em pleno reinado de D. João III, período durante o qual se construíram muitas das fortalezas costeiras do Algarve. Praticamente um século depois, após a restauração da independência nacional, procedeu-se a uma campanha modernizadora, comprovada pela data de 1667, sobre o portal principal de acesso ao recinto. Nessa altura, realizou-se uma ampla reforma do edifício, no sentido de o adaptar às novas exigências da guerra, motivadas pela forte presença de piratas e corsários a soldo de governos do Norte da Europa (COUTINHO, 1999, p.265). A última fase construtiva de que se tem conhecimento data das primeiras décadas do século XVIII, em pleno período joanino, altura em que se edificou a pequena capela de Santo António - ou de Nossa Senhora dos Aflitos, numa clara alusão à protecção das populações piscatórias das redondezas -, modesto templo de nave única e desprovido de rasgos decorativos assinaláveis.
Pelas datas apontadas, é possível perceber como a fortaleza de Armação de Pêra é um fiel exemplo das mais importantes fases construtivas, de arquitectura militar, efectuadas no nosso país ao longo da época moderna. Partindo do reinado de D. João III, em que foram levantadas muitas fortalezas costeiras, o segundo impulso deu-se no contexto das Guerras da Restauração, em que a dinastia de Bragança lutou arduamente pela independência do país face a Espanha, e em que se restauraram e modernizaram muitas praças militares fronteiriças e costeiras, constituindo o Algarve um dos locais mais importantes deste processo, com obras desde praticamente Castro Marim à fortaleza de Sagres. A própria configuração da fortaleza testemunha essa intervenção seiscentista, materializada na secção meridional do edifício, cuja planta define uma pouco pronunciada estrela de cinco pontas. Finalmente, no reinado de D. João V procedeu-se à construção (ou reformulação) da pequena capela do interior, elemento de carácter religioso importante para os efectivos militares da fortificação, mas também para as populações envolventes, que aqui passaram a ver um símbolo de religiosidade e de protecção face aos perigos do mar.
PAF
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