Corrupção? Que ideia...
O debate promovido ontem pela «Associação Sol e Anoitecer» decorria tranquilo quando a número 2 da lista do CDS-PP, partido atolado no lodaçal do sistema, se indignou contra acusações de "corrupção" e "negociatas" lançadas por oradores antecedentes, entre eles José Pinto-Coelho.Teresa Caeiro, deputada, ex-secretária de Estado, ex-governadora civil de Lisboa, recorreu aos estafados anátemas contra as vozes dissonantes: falou em "movimentos perigosos" e "ameaças à democracia".
Um dos assistentes perguntou-lhe se "a responsabilidade pela situação da câmara é dos nacionalistas" e acusou-a de "tentar manipular assembleias"."Identificou-se com a democracia. A concepção de democracia é tal que legitima que se dirija ao povo aqui reunido apelando a que esteja atento ao que considera discursos demagógicos e populistas. Não será isso uma manipulação subtil recorrendo a extremismo verbal?", questionou."Não actuou aqui recorrendo a um medo que eventualmente levaria uma parte das pessoas a colocar-se do seu lado? Saio com um protesto", rematou, sem querer ouvir a resposta da candidata do CDS-PP.
O que as notícias omitem é que outro assistente se preparava para perguntar à ilustríssima candidata se a democracia por ela tão prezada se constrói com esquemas pouco claros de financiamento aos grandes partidos e recibos passados a militantes com nome esquisito. Mas tal já não foi possível. Teresa Caeiro levantou-se e foi-se embora — sem responder a ninguém. Uma estranha forma de democracia.
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